BODEN, Margaret. AI: Its nature and future. London: Oxford University Press, 2016. 208p.
Margaret Boden é docente da Universidade de Sussex, no Reino Unido. Possui formação em medicina, filosofia e psicologia, áreas que integra se dedicando a pesquisas em Inteligência artificial e Ciência cognitiva. Nesta resenha apresentamos seu livro "AI: It´s nature and future", de 2016, onde a autora revisa os desafios da Inteligência Artificial desde seu início, passando pelos seus principais conceitos até chegar às questões que o possível desenvolvimento de uma superinteligência artificial traria no futuro. A autora apresenta as principais questões que rodeiam o tema não deixando de levar em conta a materialidade do mundo em que vivemos e a forma como essa materialidade pode se entrelaçar ao virtual.
No Brasil, há no mínimo seis décadas, os projetos de pavimentos foram regulamentados por um método empírico baseado na experiência norte americana, que por vezes não atendia a realidade brasileira, desencadeando desgastes prematuros das rodovias. Esses desgastes promovem aumento do consumo de combustíveis, deterioração dos veículos, diminuição da velocidade de transporte e segurança dos usuários. Dado esse cenário, surge o novo Método de Dimensionamento Nacional, MeDiNa, de carácter mecanístico-empírico, desenvolvido por engenheiros e pesquisadores brasileiros. O MeDiNa, requer parâmetros referentes a características mecânicas dos materiais, e, entre eles o comportamento resiliente dos solos. Para tal deve-se realizar o ensaio triaxial de carga repetida, mas o equipamento necessário requer grande capital de investimento e mão-de-obra especializada. Vista a possibilidade de aquisição de resultados confiáveis, por meio de sistemas inteligentes, nesse trabalho foram desenvolvidas redes neurais artificias para predição do módulo de resiliência de solos do Estado de Goiás, a partir de sua caracterização física. A predição do módulo de resiliência, obteve bons resultados indicando a viabilidade de uso dessa ferramenta e consequente facilitação do uso do MeDiNa no dimensionamento de pavimentos.
A integração da Inteligência Artificial (IA) em Sistemas de Tutores Inteligentes (STI) representa uma nova fronteira no aprimoramento do processo de ensino e de aprendizagem, podendo promover neste sentido uma educação mais dinâmica e personalizada. Este artigo apresenta o papel da Inteligência Artificial (IA) no processo de ensino e de aprendizagem, com enfoque específico na aplicação de Sistemas de Tutores Inteligentes (STI). O estudo emerge da problemática central: como a IA pode ser empregada em STI para otimizar o processo educacional? O objetivo deste trabalho é analisar as possibilidades de uso da IA em STI. Este estudo explora a caracterização desses sistemas e mapeia suas aplicações práticas. Na pesquisa conduzida, foi realizada uma revisão bibliográfica abrangente no Banco Digital de Teses e Dissertações, abrangendo o período de 2015 a 2020, com foco na utilização de sistemas baseados em Inteligência Artificial no contexto educacional. Esta revisão enfatizou a personalização do processo de aprendizagem e a entrega de feedback imediato, utilizando como referência pesquisas selecionadas. Observou-se a partir da análise das dissertações e teses a importância da IA na criação de ambientes de aprendizagem interativos e na implementação de estratégias pedagógicas direcionadas a cada aluno. Conclui-se que a integração da IA no ensino, em particular com o uso de STI, oferece uma abordagem inovadora e eficaz para enfrentar os desafios educacionais contemporâneos, promovendo um ensino mais adaptativo, personalizado e inclusivo. Palavras-chave: Sistemas Tutores Inteligentes. Inteligência Artificial. Processo de Ensino Aprendizagem. AbstractThe integration of Artificial Intelligence (AI) into Intelligent Tutoring Systems (ITS) represents a new frontier in enhancing the teaching and learning process, promoting a more dynamic and personalized educational experience. This article discusses the role of AI in the teaching and learning process, specifically focusing on the application of ITS. The study stems from the central question: How can AI be utilized in ITS to optimize the educational process? The aim of this work is to analyze the potential uses of AI in ITS. It examines the characteristics of these systems and outlines their practical applications. In the research conducted, a comprehensive bibliographic review was performed using the Digital Bank of Theses and Dissertations, spanning from 2015 to 2020, and focused on the application of AI-based systems in education. This review highlighted the personalization of the learning process and the provision of immediate feedback, referencing selected studies. Through the analysis of dissertations and theses, the significance of AI in creating interactive learning environments and implementing pedagogical strategies tailored to individual students was observed. The study concludes that the integration of AI into teaching, particularly through ITS, offers an innovative and effective method to address contemporary educational challenges, fostering more adaptive, personalized, and inclusive teaching. Keywords: Intelligent Tutoring Systems. Artificial Intelligence. Teaching Learning Process.
Este artigo discute o caráter metafísico das narrativas prospectivas acerca da Inteligência Artificial a partir do dualismo cartesiano. Analisamos duas ideias que permeiam o imaginário social em torno das tecnologias digitais a respeito do papel cultural que estas desempenham e de suas consequências na realidade social: a de que, em um futuro breve, numa modernidade utópica (ou distópica), as máquinas se tornarão progressivamente "inteligentes" para o melhoramento (ou dominação) dos seres humanos; e aquela segundo a qual os seres humanos e seus corpos são "máquinas" da natureza e, portanto, passíveis de melhoramento ou transcendência por meio da tecnologia.
Contextualização do tema: A pandemia de COVID-19 alterou profundamente hábitos humanos. A necessidade de evitar interações sociais e reduzir deslocamentos impulsionou o recurso a mecanismos já conhecidos, mas usados timidamente, como o trabalho remoto, reuniões virtuais, telemedicina, compras online, dentre outros. O emprego de audiências telepresenciais[1] e o atendimento remoto de partes e advogados, possibilitado pelo balcão virtual[2] instituído pelo Conselho Nacional de Justiça, mostraram que o Judiciário poderia seguir funcionando, mesmo com suas portas físicas fechadas. E sem perda de qualidade ou produtividade.
Metodologia: O Método utilizado na fase de investigação e na elaboração deste relatório foi o indutivo[3]; já a técnica de investigação foi a da revisão bibliográfica, com pesquisa em livros, revistas científicas, sites e legislações atinentes às temáticas abordadas.
Objetivo: Explorar as potencialidades do emprego de inteligência artificial no Judiciário, com enfoque específico no desenvolvimento de aplicações que possam contribuir para incremento de investigações e processos por corrupção, seara em que o Brasil experimenta muitas dificuldades e ineficiência.
Resultado: Especialmente na seara anticorrupção, espaço em que o Brasil sofre de grande ineficiência e baixa recuperação de ativos desviados, a IA pode auxiliar na confecção de novos meios para endereçar um antigo problema. São muitas as possibilidades, algumas sequer ainda divisadas pela mente humana.
Este texto trata dos riscos e implicações da inteligência artificial e dos algoritmos para os objetivos contidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Nesse sentido, as perspectivas de James Der Derian, Frank Pasquale, David Chandler, Shoshana Zuboff, Philip N. Howard e Nick Srnicek foram mobilizadas para a compreensão da atual fase do capitalismo global, do mercado de captura e o processamento em massa de dados pessoais. Diversos casos descritos indicam que a privacidade é cada vez menos respeitada enquanto as empresas protegem seus segredos competitivos com patentes, códigos fechados e acordos de confidencialidade. Técnicas de Big Data e algoritmos em rede podem ser utilizados para melhorar e agilizar a administração pública, mas também resultam em novas práticas discriminatórias que violam o direito à privacidade, à liberdade de expressão e à justiça. Grupos étnicos e raciais, mulheres e comunidade LGBT já sofrem com decisões tomadas por sistemas computacionais autômatos que levam à segregação e ao preconceito.
Objetivo: Investigar os tipos de cooperação interorganizacional presentes nas estratégias de Inteligência Artificial (IA) implementadas pelo Brasil, Estados Unidos e União Europeia. Originalidade/Valor: O estudo evidenciou uma abordagem multidisciplinar para a compreensão da IA, concentrando-se na cooperação interorganizacional, um campo pouco explorado na literatura dominada pela ciência da computação. Métodos: Trata-se de uma pesquisa explicativa, descritiva, qualitativa e documental, utilizando análise de conteúdo para explorar as estratégias. Resultados: Predominância de cooperação multiatores nas estratégias de IA, com menor frequência de menções a colaborações exclusivas entre membros de um mesmo setor. Destaque para o papel do setor público na adoção e promoção da IA. Conclusões: A pesquisa ressalta a importância das parcerias multiatores e do papel ativo do setor público nas estratégias de IA. Os desafios metodológicos indicam a necessidade de métodos mais objetivos de análise de conteúdo em estudos futuros e a análise ampliada de estratégias nacionais de IA.
This article studies the impacts that the new economy, resulting from automation, represents for Law. Its hypothesis is that a new social security, based on universal basic income, funded by taxing the use of automation tools, should replace systems based mainly on the employment relationship; and principles related to transparency, explicability and non-discrimination should create obligations for developers and users of AI-powered worker selection tools. Methodology: hypothetical-deductive procedure method, with a transdisciplinary and qualitative approach, and bibliographic review research technique. Results: i) Labor regulation must be planned beyond substitution, focusing on a new economy, in which formal jobs, inserted in a paradigm of social and economic protection, are eroding, and the great challenge will be to protect decent work standards concurrently with the enlargement of dignity for non employed workers; ii) A universal basic income funded by taxes on automation would be interesting, but problematic from the point of view of solidarity in its costing, since the stress of national economies can cause fear on governments. And globally, such taxation, if adopted differently, can cause great tax competition between countries; iii) Transparency obligations are necessary to mitigate bias in hiring tools, but not self-sufficient, because the bias is complex, mainly due to the multiplicity of discriminatory factors and to the opacity of the logic in machine learning. ; Este artículo estudia los impactos que la nueva economía, debido a la automatización, representa para el Derecho. Su hipótesis es que una nueva seguridad social, basada en el ingreso básico universal, financiada mediante la institución de impuestos al uso de herramientas de automatización, debería reemplazar los sistemas basados principalmente en la relación laboral; y los principios relacionados con la transparencia, la explicabilidad y la no discriminación deberían crear obligaciones para los desarrolladores y usuarios de las herramientas de selección por IA. Metodología: método de procedimiento hipotético-deductivo, con un enfoque transdisciplinario y cualitativo, y técnica de investigación de revisión bibliográfica. Resultados: i) La regulación laboral debe planificarse más allá de la sustitución, centrándose en una nueva economía, en la cual los empleos formales, insertados en un paradigma de protección social y económica, se erosionan, y el gran desafío será proteger los estándares de trabajo decente concomitante con la expansión de la dignidad para los no empleados; ii) El ingreso básico universal pagado por los impuestos sobre la automatización es interesante, pero problemático en términos de solidaridad en su costo, ya que el estrés de las economías nacionales puede causar temor a los gobiernos. Y a nivel mundial, si se adopta de manera diferente, puede causar una gran competición fiscal entre países; iii) Las obligaciones de transparencia son necesarias para mitigar el sesgo en los algoritmos de selección de trabajadores, pero no son autosuficientes, ya que el sesgo es complejo, debido principalmente a la multiplicidad de factores discriminatorios y la opacidad de la lógica en el aprendizaje automático. ; Este artigo estuda os impactos que a nova economia, decorrente da automação, representa para o Direito. Sua hipótese é que uma nova seguridade social, baseada em renda básica universal, custeada pela tributação do uso de ferramentas de automação, deve substituir os sistemas baseados mormente na relação de emprego; e princípios atinentes à transparência, à explicabilidade e à não discriminação devem criar obrigações para desenvolvedores e usuários de ferramentas de seleção de trabalhadores por IA. Metodologia: método de procedimento hipotético-dedutivo, com abordagem transdisciplinar e qualitativa, e técnica de pesquisa de revisão bibliográfica. Resultados: i) A regulação trabalhista deve ser planejada para além da substituição, focando-se em uma nova economia, em que empregos formais, inseridos em um paradigma de proteção social e econômica erodem, e o grande desafio será proteger os padrões de trabalho decente em concomitância ao alargamento da dignidade para não empregados; ii) A renda básica universal custeada por tributos sobre a automação é interessante, porém problemática quanto à solidariedade no seu custeio, pois o estresse das economias nacionais pode causar temor aos governos. E globalmente, se adotada de modo díspar, pode ocasionar grande concorrência tributária entre países; iii) Obrigações de transparência são necessárias para atenuar o viés em algoritmos de seleção de trabalhadores, mas não autossuficientes, pois o viés é complexo, principalmente em razão da multiplicidade de fatores discriminatórios e da opacidade da lógica no aprendizado de máquina.
Desde o início dos anos 1990, o governo brasileiro tenta acompanhar as tendências internacionais de gestão pública para transformar a sua relação com os cidadãos. Um dos recursos para atingir esse propósito são os portais governamentais disponibilizados na internet que, se acessíveis, podem propiciar maior participação dos cidadãos. Com base nisso, o objetivo geral desse artigo é avaliar a acessibilidade web do portal governamental Paraná Inteligência Artificial (PIÁ) e os objetivos específicos são: descrever os principais recursos assistivos utilizados para a acessibilidade de pessoas com deficiência visual; identificar as principais violações que dificultam/impedem o acesso às informações e aos serviços do governo estadual; e organizar uma síntese de melhorias. Para isso, a metodologia utilizada foi a qualitativa do tipo exploratória e descritiva. Foram realizadas a observação e a análise documental do portal, com o auxílio das ferramentas eScanner, NVDA, TalkBack e Checklist de Acessibilidade Manual para Deficientes Visuais, as quais foram manuseadas por três pessoas com níveis diferenciados de deficiência visual. Os resultados demonstraram que o PIÁ é um portal parcialmente acessível, no qual alguns dos principais recursos disponibilizados são: uma página sobre acessibilidade; parágrafos curtos; mapa do site; opções de alteração de fundo e texto. Já em relação às violações, pode-se citar: os links não abrem na mesma página que o usuário está navegando e a maioria das páginas para as quais o cidadão é redirecionado não apresenta o mínimo das diretrizes de acessibilidade. Como sugestão de melhoria, aconselha-se a consulta constante de usuários que são deficientes visuais e/ou grupos de referência para que esse portal governamental possa se tornar acessível também aos membros dessa comunidade.
O artigo apresenta um panorama de pesquisas recentes que empregam a inteligência arti cial para o estudo da cultura. A partir de exemplos relacionados à produção e recepção de imagens, sons e textos, são avaliadas as tendências promissoras e as limitações das metodologias quantitativas. São abordadas tanto as produções pro ssionais, quanto os conteúdos gerados por usuários das mídias sociais. Sugere-se a partir disso o paradigma denominado Análise Cultural.
A inteligência artificial (IA) tem se destacado como uma das mais impactantes revoluções tecnológicas do século XXI. Com o contínuo avanço da tecnologia e o crescimento da capacidade computacional, a presença da IA tem se intensificado em nosso dia a dia, alterando a maneira como nos relacionamos com a tecnologia e influenciando diversos segmentos da sociedade. O objetivo da pesquisa em inteligência artificial transcende a mera compreensão da capacidade das máquinas em imitar a inteligência humana. Envolve a exploração de oportunidades de aplicação da IA em diversos setores, como saúde, educação, finanças e indústria, e a análise do impacto que essa tecnologia pode ter em nossas vidas e atividades profissionais. Para isso, foram utilizadas bases de dados confiáveis e atualizadas, como SCieLO, Google Acadêmico e Portal de Periódicos da CAPES, além de realizar uma busca criteriosa por meio de palavras-chave relacionadas ao tema. Conclui-se que a IA tem o potencial de revolucionar a sociedade e a academia, trazendo benefícios significativos em termos de eficiência, produtividade e inovação. Com a contínua evolução da tecnologia, é fundamental que sejam realizadas mais pesquisas para explorar todo o potencial da IA e garantir que seus benefícios sejam maximizados em prol de todos.
A Inteligência Artificial chegou ao ambiente jurídico, trazendo facilidade aosTribunais e ampliando as possibilidades de resolução de conflitos beneficiando inúmeras pessoas. Assim, o avanço se direcionou aos julgadores e ao Judiciário. Diante de tamanha transformação social e profissional, esse trabalho apresenta o empenho dos sistemas tecnológicos a serviço dos Tribunais brasileiros. Devido ao número de processos no Brasil e a possibilidade de resolver esse problema por meio de máquinas e robôs que aprendem, questiona-se: o que poderia ser feito através da Inteligência Artificial para otimizar o Judiciário nos julgamentos? Para sanar essa questão, a pesquisa aplicou a metodologia de revisão bibliográfica e nos resultados utilizou-se o método dedutivo. Os objetivos focam em analisar a utilização da Inteligência Artificial como ferramenta de celeridade processual, identificando suas características e aplicabilidade por meio de robôs, bem como, verificar a produtividade dos robôs e demais ferramentas de Inteligência Artificial, analisando as funções dos robôs nos Tribunais de Justiça. A relevância está em colaborar com os estudos da área evitando que o Direito e seus setores, fiquem atrasados diante de uma sociedade digital emevolução. Os resultados apontam que a Inteligência Artificial aplicada ao Poder Judiciário, traz celeridade e aos julgamentos.