Implementing the United Nations' 2030 Agenda for Sustainable Development : making the case for the international maritime organization and its stakeholders
Doutoramento em Estudos de Desenvolvimento ; In September 2015, the United Nations (UN) officially adopted the 2030 Agenda for Sustainable Development together with 17 Sustainable Development Goals (SDGs) (UN, 2016). The main collective aims of the 17 SDGs are to end poverty, hunger and inequality, to take action on climate change and the environment, improve access to health and education, and build strong institutions and partnerships. More than three years have passed into this 15-year process, and while many countries have started implementing the SDGs, it is becoming increasingly clear that there are a number of issues concerning the implementation of the SDGs, including challenges within the United Nation's Development System (UNDS). The attainment of any sustainable development programme including the three dimensions of sustainable development (social, economic, and environmental) is known to be inherently complex particularly across horizontal and vertical boundaries in policy making processes. Concerns have been expressed at the United Nations through various channels and levels. Member States would like to see more coordination, coherence, effectiveness and efficiency in the operational activities for development within and among all levels of the UNDS. The Secretary-General of the UN is fully committed to repositioning the UNDS to deliver on the 2030 Agenda by becoming more structured and less fragmented to support the achievement of the SDGs and the 2030 Agenda. Similarly, the International Maritime Organization1 (IMO) as part of the UNDS, must be effective through its stakeholders in contributing tangibly towards the implementation of the SDGs in the international maritime transport domain as shipping plays a central role in the world economy. The fulfillment of the SDGs requires a strong commitment by all UN Member States, not least by the Contracting Governments at the IMO. In 2017, the IMO Secretariat stated that IMO is almost two years behind other United Nations system bodies in the implementation of the 2030 Agenda and the SDGs. Since then, progress has been very slow and most of the work was done by the IMO Secretariat with scarce input from IMO stakeholders. This empirical research aims to identify the issues and challenges which the stakeholders at IMO are facing when implementing the United Nation's 2030 Agenda for sustainable development in the international maritime transport domain. This study aims to identify the phenomenon that has contributed to this rather laid-back situation at IMO by shining a light on the issues that have impacted the implementation of the 2030 Agenda from the perspective of IMO and its stakeholders and further identify how these can be addressed. This study introduces grounded theory as the research methodology that was used, explains the research and analytical process undertaken, and presents the key findings based on empirical data gathered from 47 interviews. The main results are presented as a set of six propositions supported by an institutional conceptual framework, all of which have been validated as part of the research process. The first proposition presents the emergent core substantive grounded theory. It explains the phenomenon overwhelming Member States at IMO which has bred inactivity among Member States regarding the achievement of the SDGs at IMO. The other five propositions, which also form part of the substantive grounded theory, suggest how the issues, which can be attributed to the phenomenon explained by the first proposition, could potentially be best addressed. To effectively implement the SDGs, the study identified what needs to be done within IMO and by its stakeholders and concludes that there must be an IMO-led strategy on sustainable development within the context of the 2030 Agenda supported by an appropriate governance structure that sees the introduction of strategic actors for coordinating the implementation of the SDGs at national level. With the support of a Task Force on sustainability, and by also making use of the IMO Member State Audit Scheme2 to create more awareness and ownership, the strategic actors could work towards balancing the three dimensions of sustainable development – the economic, the environmental, and the social dimensions, which were found to be imbalanced in the international shipping domain. The IMO Member State Audit Scheme (IMSAS) aims to provide an audited Member State with a possibility of an assessment of how effectively it implements and administers the mandatory IMO instruments falling under the Scheme (IMO, 2017b). This study also concludes by presenting an Institutional Conceptual Framework developed on the basis of the findings of the empirical research and the resulting six propositions. The Institutional Conceptual Framework, as a platform, brings together the most critical elements that were found to be important and need to be implemented so that issues that this study has raised can be addressed, and the implementation of the 2030 Agenda and the SDGs within the international maritime transport domain can be accelerated and mainstreamed. Since studies of this nature within the context of IMO are very scarce, this research has provided a valuable contribution to the current academic literature and knowledge on sustainable development. The outcome of this doctoral thesis aims to create a better understanding of the potential issues and challenges in relation to the implementation of the 2030 Agenda for sustainable development and the SDGs in the maritime transport domain. These insights are valuable for the stakeholders at IMO in preparing the necessary groundwork for a sustainability course within IMO and at national level, to effectively implement the SDGs. If well engaged, IMO stakeholders can be the frontrunners in contributing towards achieving sustainable development on a global level by mainstreaming the SDGs through the work of IMO and by successfully integrating the economic, social, cultural and environmental dimensions of sustainable development of vital importance in the struggle to eradicate poverty and promote prosperity on a global scale through the maritime transport domain. ; Em setembro de 2015, a Organização das Nações Unidas (ONU) adotou a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, bem como os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) (UN, 2016). A meta global destes 17 objetivos inclui erradicação da pobreza, fome e desigualdades, agir sobre as alterações climáticas e o ambiente, melhorar o acesso à educação e aos cuidados de saúde, construir parcerias e instituições mais robustas. Mais de três anos passaram, neste processo com duração total de quinze, e enquanto muitos países já iniciaram a implementação dos ODS, é cada vez mais claro que existem numerosas questões sobre esta implementação, incluindo desafios dentro do próprio Sistema de Desenvolvimento das Nações Unidas (SDNU). O cumprimento de qualquer programa de desenvolvimento sustentável, incluindo as três dimensões da sustentabilidade (social, económica e ambiental), é um processo inerentemente complexo, particularmente no concerne às fronteiras horizontais e verticais de definição de políticas. A ONU tem vindo a exprimir preocupações aos mais diversos níveis e através de inúmeros canais. Os seus Estados Membros querem mais coordenação, coerência e eficiência por parte do SDNU a nível das atividades operacionais para o desenvolvimento. O Secretário Geral das Nações Unidas está empenhado no reposicionamento do SDNU a nível da implementação dos objetivos da Agenda 2030, tornando-o mais estruturado e reduzindo a sua fragmentação, a fim de apoiar da melhor forma a efetiva realização dos ODS e da Agenda 2030. Paralelamente, a Organização Marítima Internacional3 (OMI), como parte integrante do SDNU, tem de ser eficaz através dos seus stakeholders, de modo a contribuir de forma tangível para implementação dos ODS no domínio do transporte marítimo internacional o qual tem um papel central na economia mundial. O cumprimento dos ODS exige um forte compromisso por parte de todos os estados membros da ONU, e nomeadamente pelos Governos Contratantes da OMI. Em 2017, o Secretariado da OMI reconheceu que a organização está quase dois anos atrás de outros órgãos do sistema das Nações Unidas na implementação da Agenda 2030 e dos ODS e, desde então, o progresso tem sido bastante lento e muito do trabalho realizado deve-se ao Secretariado da OMI, com uma contribuição reduzida por parte dos intervenientes principais na OMI. Esta investigação empírica tem como objetivo identificar as questões e desafios que os stakeholders na OMI enfrentam na implementação da Agenda 2030 das Nações Unidas para o desenvolvimento sustentável, no domínio do transporte marítimo internacional. Este estudo visa também analisar as causas que têm contribuído para a forma descontraída como a situação tem sido tem sido tratada na OMI, evidenciado as questões que estão a afetar a implementação da Agenda 2030 na perspetiva da organização e seus stakeholders, e identificando a forma como podem ser abordadas. Este estudo introduz a teoria fundamentada (Grounded Theory) como metodologia de investigação, explicando o processo de pesquisa e análise implementado, e apresentando as principais constatações extraídas dos dados empíricos recolhidos nas 47 entrevistas realizadas. Os principais resultados são apresentados como um conjunto de seis proposições apoiadas num referencial conceptual institucional, tendo sido validadas como parte do processo de investigação. A primeira proposição apresenta o núcleo emergente da teoria fundamentada substantiva. Explica o fenómeno que envolve os estados membros da IMO, responsável pela sua inatividade a nível dos ODS na OMI. As cinco proposições seguintes, que são parte integrante da teoria fundamentada substantiva, sugerem a forma como as questões encontradas, que resultam em grande medida do fenómeno explicado pela primeira proposição, podem potencialmente ser abordadas. Para uma implementação eficaz dos ODS, o estudo identificou as ações a empreender no âmbito da OMI pelos seus intervenientes principais, concluindo que deve existir uma estratégia liderada pela OMI sobre o desenvolvimento sustentável no contexto da Agenda 2030, apoiando-se numa estrutura de governança apropriada que inclua a introdução de atores estratégicos na coordenação da implementação dos ODS a nível nacional. Com o suporte de um grupo de trabalho sobre sustentabilidade, e fazendo uso do Esquema de Auditoria aos estados membros da OMI4 na criação de sensibilização e apropriação, os intervenientes estratégicos poderão trabalhar no sentido de equilibrar as três dimensões do desenvolvimento sustentável – económica, ambiental e social, que apresentavam desequilíbrios no domínio do transporte marítimo internacional. 4 O Esquema de Auditoria aos Estados Membros da OMI almeja prestar ao Estado Membro Auditado a possibilidade de requerer uma avaliação relativa à efetividade da implementação e administração dos instrumentos obrigatórios que estão no seu âmbito. Este estudo apresenta também como conclusão um referencial conceptual institucional baseado nas constatações mais relevantes da pesquisa empírica bem como nas seis proposições resultantes. A estrutura conceptual institucional, como plataforma, reúne os elementos considerados fundamentais para a abordagem das questões identificadas, de forma a acelerar e integrar a implementação da Agenda 2030 e dos ODS, no domínio do transporte marítimo internacional. Dada a escassez, ou mesmo inexistência de estudos desta natureza, esta pesquisa fornece uma contribuição significativa ao conhecimento e literatura académica na área do desenvolvimento sustentável no contexto da OMI. O resultado desta tese de doutoramento visa criar uma melhor compreensão das potenciais questões e desafios em relação à implementação da Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável e ODS no domínio do transporte marítimo. Esta visão é essencial aos intervenientes na IMO para o estabelecimento das bases necessárias de forma a rumarem na direção da sustentabilidade, tanto a nível da OMI como nacional, de forma a implementar eficazmente os ODS. Os atores principais da OMI, se corretamente envolvidos, podem ser líderes na contribuição para o desenvolvimento sustentável a nível global, incorporando os ODS através do seu trabalho na OMI e integrando com sucesso as dimensões económicas, sociais, culturais e ambientais do desenvolvimento sustentável – de grande relevância para a erradicação da pobreza e estimular a prosperidade a uma escala global através do transporte marítimo. ; info:eu-repo/semantics/publishedVersion