Remoções forçadas de grupos indígenas no Brasil republicano
In: Mediações: revista de ciências sociais, Band 22, Heft 2, S. 13
Abstract
Em 2017 completam-se 50 anos da conclusão do Relatório Figueiredo, um extenso conjunto documental produzido durante o regime militar (1964-1985) pelo procurador Jader Figueiredo Correia, em atenção ao pedido do ministro do Interior, general Afonso Augusto de Albuquerque Lima. Nesta importantíssima fonte para diversos tipos de pesquisa constam, cruamente expostos, vários relatos de ações genocidas promovidas contra comunidades indígenas. São atividades que marcam profundamente a história recente do Brasil, sobretudo a política indigenista oficial em parte do período republicano. Todos os tomos do Relatório ultrapassam a 7 mil páginas, nas quais plasmam relatos de massacres, esbulhos, arrendamentos ilícitos de terras, intimidações, ameaças, torturas, envenenamentos, estupros, assassinatos, trabalho escravo, fraudes e roubos do patrimônio indígena, dentre outras formas de violência promovida contra os povos originários. Os crimes aconteceram em todo o território nacional, de Norte a Sul, e os fatos revelam muito sobre a origem da propriedade privada da terra em vastas extensões do Brasil e o enriquecimento de certas elites locais.
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