Across the world, the Armed Forces continue to have difficulties to integrate and retain women in their organizations. Although Chile is not an exception in this regard, existing knowledge about the experience of military women is scarce. This study is based on interviews with female officers in order to analyse the obstacles that they identify in their daily professional life and that may influence their decision to remain in the Armed Forces. Specifically, the article addresses three groups of factors that can negatively influence the work experience of women based on gender: factors related to professional development, work environment and personal life. It will be shown that female officers face problems that their male peers generally do not face, or experience differently. Based on the shortcomings identified, the article presents practical recommendations to reduce the gender gap in the Armed Forces. ; En todo el mundo las Fuerzas Armadas siguen teniendo dificultades para integrar y retener a las mujeres en sus organizaciones. Aunque Chile no es una excepción, el conocimiento sobre las experiencias de las mujeres militares es escaso. Este trabajo se basa en entrevistas realizadas a oficiales femeninos para analizar los obstáculos que ellas identifican en su vida profesional y que pueden influir en su decisión de permanecer o no en las Fuerzas Armadas. Específicamente se abor- dan tres grupos de factores que pueden influir negativamente en la experiencia laboral que tienen las mujeres en base de género: factores relacionados con el desarrollo profesional, con el entorno laboral y con la vida personal. Se demuestra que las oficiales enfrentan problemas que no tienden a enfrentar sus pares masculinos o que estos enfrentan de forma distinta. En base a las limitaciones identificadas se presentan recomendaciones prácticas que apuntan a disminuir la brecha de gé- nero en las Fuerzas Armadas. ; Em todo o mundo, as Forças Armadas continuam enfrentando dificuldades na integração e permanência das ...
Pretende-se discutir neste artigo as dificuldades que as pessoas trans apresentam para o acesso e a permanência nos ambientes educacionais. É de amplo conhecimento que a transfobia – violência, preconceito e discriminação que as pessoas trans sofrem – é causadora de grandes dificuldades e desafios na vida destas pessoas, em todos os espaços de convivência, e não seria diferente nas instituições de ensino. Infelizmente, na escola também se aprende e ensina como reproduzir preconceitos e desrespeito às diferenças. O ambiente escolar e o universitário muitas vezes chegam a ser tão hostis às pessoas trans que é frequente a desistência precoce dos estudos. Ainda hoje (mesmo que haja avanços) é incomum a cena de uma pessoa trans que concluiu o ensino superior; ao ponto de que a notícia de uma mulher ou um homem trans finalizando uma pós- graduação, ganha enorme repercussão e notoriedade principalmente nos meios de divulgação nas mídias digitais, como as redes sociais. Neste sentido, o trabalho almeja problematizar estas dificuldades denominando- as como micropolíticas de exclusão, a partir de um referencial foucaultiano. Tais micropolíticas são produzidas nos espaços educacionais e geram desconforto e adversidades para as pessoas trans, obrigando-as muitas vezes a abandonarem os estudos. Salienta-se que se existem poucas políticas de acesso, as políticas para a permanência ainda são incipientes e precárias. Palavras-Chave: Pessoas trans. Educação. Acesso e permanência.
Compreendendo a educação como fator indissociável do desenvolvimento humano integral, faz-se necessária a revisão e reparação histórica do acesso e permanência de pessoas transexuais e travestis dentro do ambiente escolar e universitário. Em estatísticas, observamos a lamentável evasão durante o período da educação básica que chega a 82% segundo pesquisa realizada por João Paulo Carvalho Dias (Ex –presidente da comissão de diversidade da Ordem dos Advogados do Brasil) em 2016. Segundo Walmir Siqueira, educador, parte do conselho LGBTQI+ e membro do coletivo racial do sindicato de professores de São Paulo (APOESP), enfatiza o diálogo como principal fator de combate à evasão universitária, onde 73% dos alunos identificados como transexuais e travestis já sofreram agressão verbal e 36% já sofreram algum tipo de violência física em pesquisa realizada em uma universidade federal de Sergipe. Com base em alarmantes números de mortes no país que mais mata membros LGBTQI+ no mundo, fica em evidencia a falta de pertencimento social, bem como a falta de preparo e conhecimento de profissionais da educação para o tema, segregando e marginalizando ainda mais transexuais e travestis que acabam por fim, dentro de uma realidade promiscua de trabalho. Diante deste cenário, vimos que, faz-se imprescindível a orientação de documentos nacionais norteadores, tal qual: a BNCC - Base Nacional Comum Curricular, quando aborda a necessidade das competências socioemocionais curriculares, ainda que infelizmente não explicita os direitos das comunidades específicas em risco social. Uma importante conquista legislativa e tímido passo mas, que, aponta ao combate à discriminação foi por intermédio do parecer nº 14/2017 por meio da Portaria MEC nº 33/2018, onde o nome social deve ser respeitado e utilizado em ambientes educacionais, respeitando o direito de ser e existir conforme identidade escolhida e acolhida.
Para além da escola, do discurso político e dos produtos culturais, os média têm um papel central no processo de aprendizagem dos jovens e na (re)construção de representações recíprocas. A televisão, os média sociais e o cinema são centrais na difusão e reificação de determinadas representações sociais. Neste artigo, exploramos a narrativa do filme Ilha da Cova da Moura de Rui Simões (2010), cruzando os testemunhos das personagens com os resultados da entrevista ao realizador. Este filme explora três temas centrais: (a) a importância do associativismo e da mobilização coletiva no bairro; (b) a ideia de pertença e a agência na comunidade; e (c) o preconceito e discriminação racial vivenciados por habitantes do bairro. A intenção do realizador com este filme é desconstruir os estereótipos associados ao bairro. Argumentamos que este e outros filmes podem constituir instrumentos importantes para uma literacia mediática multidimensional e multicultural. Importa criar espaços, ao longo do processo educativo de crianças e jovens, nos quais os lugares comuns do racismo possam ser discutidos e contestados. Neste contexto, as artes, e especificamente o cinema, têm um papel primordial. ; Beyond school, political discourse, and cultural products, the media play a central role in young people's learning process and in the (re)construction of reciprocal representations'. Television, social media, and cinema are pivotal in the diffusion and reification of certain social representations. In this article the narrative of the film Ilha da Cova da Moura (Island of Cova da Moura) by Rui Simões (2010) will be explored, comparing the characters' testimonies with the outcomes of the interview with the director. This film explores three central themes: (a) the importance of membership and collective mobilisation in the neighbourhood; (b) the idea of belonging to and agency in the community; and (c) prejudice and racial discrimination experienced by inhabitants of the neighbourhood. In this film, the director aims to deconstruct ...
Para além da escola, do discurso político e dos produtos culturais, os média têm um papel central no processo de aprendizagem dos jovens e na (re)construção de representações recíprocas. A televisão, os média sociais e o cinema são centrais na difusão e reificação de determinadas representações sociais. Neste artigo, exploramos a narrativa do filme Ilha da Cova da Moura de Rui Simões (2010), cruzando os testemunhos das personagens com os resultados da entrevista ao realizador. Este filme explora três temas centrais: (a) a importância do associativismo e da mobilização coletiva no bairro; (b) a ideia de pertença e a agência na comunidade; e (c) o preconceito e discriminação racial vivenciados por habitantes do bairro. A intenção do realizador com este filme é desconstruir os estereótipos associados ao bairro. Argumentamos que este e outros filmes podem constituir instrumentos importantes para uma literacia mediática multidimensional e multicultural. Importa criar espaços, ao longo do processo educativo de crianças e jovens, nos quais os lugares comuns do racismo possam ser discutidos e contestados. Neste contexto, as artes, e especificamente o cinema, têm um papel primordial. ; Beyond school, political discourse, and cultural products, the media play a central role in young people's learning process and in the (re)construction of reciprocal representations'. Television, social media, and cinema are pivotal in the diffusion and reification of certain social representations. In this article the narrative of the film Ilha da Cova da Moura (Island of Cova da Moura) by Rui Simões (2010) will be explored, comparing the characters' testimonies with the outcomes of the interview with the director. This film explores three central themes: (a) the importance of membership and collective mobilisation in the neighbourhood; (b) the idea of belonging to and agency in the community; and (c) prejudice and racial discrimination experienced by inhabitants of the neighbourhood. In this film, the director aims to deconstruct ...
Introdução: Os povos originários ocupam papel importante no país, desde sua origem até a configuração atual, em todos os âmbitos. Entretanto, ainda ocorre exclusão em diversos meios, destacando-se o educacional. Foram criadas políticas afirmativas para mudar essa realidade, garantindo o ingresso, mas não a permanência no curso até sua formação. Métodos: Esta revisão integrativa enfoca na trajetória acadêmica de indígenas no Ensino Superior no atual milênio, identificando suas vivências, facilidades e dificuldades. As etapas incluíram: pesquisa com palavras chaves nas bases de dados; peneira dos resultados; releitura; conclusão e síntese. Resultados: Identificaram-se como fatores facilitadores: apoio da família e pares; experiências educacionais anteriores, acesso aos Centros de Apoio ao Estudante Indígena; como dificuldades: questões financeiras, familiares, entendimento linguístico, identidade, discriminação, exclusão, racismo, obrigações concorrentes, sistema de aprendizado, currículo excludente. Conclusão: São necessários avanços que garantam a inclusão e aparato que assegure condições mínimas de permanência no curso.Palavras-chave: População Indígena, Universidades, Pesquisa Qualitativa.
Resumo: As mulheres permanecem historicamente sub-representadas em carreiras predominantemente masculinas (Ciências, Tecnologia, Engenharias e Matemática), desde a formação até a inserção no mercado de trabalho. Nestas carreiras, elas são submetidas a mecanismos de exclusão que dificultam o enfrentamento das barreiras encontradas. O presente artigo teve como objetivo analisar, por meio de um estudo qualitativo com 15 mulheres, as barreiras e as estratégias de enfrentamento utilizadas por estudantes e profissionais femininas em carreiras predominantemente masculinas. Os resultados demonstram que as barreiras são mais percebidas do que as estratégias, em especial as relativas a assédio, discriminação de gênero e cobranças excessivas. Conclui-se serem necessárias ações de intervenção que ofereçam estratégias de permanência para mulheres em carreiras nas quais permanecem minoria.
A vida acadêmica nos revela diferentes desafios, que se intensificam com as sobreposições de opressões sociais como racismo, machismo, homofobia e desigualdade econômica. O artigo visa refletir sobre os impasses que mulheres negras encontram ao ocupar esse espaço de poder. Sabemos que o ingresso das estudantes negras na universidade, mesmo com políticas afirmativas, ainda não atingiu um nível igualitário de oportunidades, e quando se trata de permanência nesses espaços a dificuldade para alunas negras se agrava. Buscamos refletir sobre os problemas enfrentados no percurso da graduação com diferentes relatos de estudantes negras, abordando casos de racismo institucional e discriminação racial. A escolha dos autores que embasam nossa discussão também tem uma afinidade com a discussão decolonial e de interculturalidade dos saberes, buscando um olhar diferenciado sobre a solidão que esse espaço de poder, ocupado muito recentemente por mulheres negras, produz no seu processo de individualização e exclusão dos diferentes. Apresentamos uma provocação sobre estratégias de sobrevivência e de coletividade num espaço que não é convidativo e individualiza os corpos, e estratégias de resistência e construção de pensamentos insubmissos sobre o ensino superior.
PALAVRAS CHAVE: Feminismo Negro, Racismo, Relações Etnicorraciais, Educação.
O acesso e a permanência da escolarização compreendemos como fundamentais para a formação dos sujeitos na sociedade contemporânea. Quando, entretanto, a família e/ou rede primária de socialização não possuem capital cultural e econômico, tampouco oferecem a devida atenção à escolarização dos filhos, e ainda quando a escola regular exclui, a rua, ou melhor, um conjunto de abandonos, acabam, muitas vezes, produzindo as primeiras ligações com o mundo do crime. Neste artigo discutiremos os processos de subjetivação a partir da experiência da escolarização oferecida pelo NEEJA, na Penitenciária Modulada Estadual de Ijuí (RS), às pessoas em situação de privação de liberdade. A pesquisa foi desenvolvida a partir das narrativas de vida de três sujeitos em processo de escolarização na citada Penitenciária. Nosso movimento de análise mostra que a escolarização na escola prisional contribui para a construção da subjetividade de sujeitos como capazes de aprender, de compreender o mundo dos conhecimentos e dos saberes científicos, e ainda produz uma certa minimização da experiência de exclusão e de discriminação social sofrida na escola regular, uma ressignificação das experiências escolares anteriores às da penitenciária. Contribui, também, para a humanização e a formação desses sujeitos na perspectiva da inclusão do detento, e por último propõe uma integração social, de emprego, de laços sociais, de relacionamentos e de reconhecimento de dignidades como indivíduos capazes de aprendizagens. Palavras-chave: educação prisional; escolarização; processos de subjetivação; sistema prisional
Este artigo destaca a história de vida e memórias em uma perspectiva interessada nas experiências culturais, relações de gênero e processos migratórios. A pesquisa é desenvolvida no período da pandemia por Covid-19, que mobilizou na autora oportunidades de auto-reflexões baseadas em sua permanência na cidade de Sevilha, no fatídico período de 2020 a 2021. Envolve a produção da autoetnografia e registro de memórias em diálogo com brasileiros/as que vivem no sul da Espanha (Região de Andaluzia). Em destaque, a história de vida do pai de santo Bruno Pires Figueiredo, batizado no candomblé de tradição Bantu (Angola) como Tateto Diadelê de Dandalunda (Oxum). Bruno vive na Espanha há mais de quatorze anos, possui um terreiro no bairro sevilhano "La Negrilla", sendo o único cadastrado em toda região. Atualmente, se constitui como uma importante liderança espiritual, acolhendo uma comunidade expressiva de latino-americanos, em especial, brasileiros, mas também venezuelanos, argentinos, colombianos, paraguaios, cubanos e, evidentemente, espanhóis, em especial, sevilhanos. Contar histórias de vida resgata nossa humanidade e denuncia as estruturas dominantes que nos violam no cotidiano. O registro dessas memórias ajuda a ampliar as informações sobre as diferentes formas de violência e discriminação, agravadas pelo Covid-19, bem como no processo de conscientização, desestigmatização dos imigrantes e (re)educação para uma sociedade mais justa, solidária e menos desigual.
PALAVRAS-CHAVE: HISTÓRIA DE VIDA; MEMÓRIAS; GÊNERO; IMIGRAÇÃO; PANDEMIA.
The right of each person to education is a transformative element in itself with the potential to transform the lives of individuals, communities and societies. There is a wide range of regulatory frameworks, declarations and commitments signed and assumed by the countries of the region. However, just mentioning the subject is not enough. The need for a not only political but also economic commitment and the financing of education so that the right to educational continuity of all people can be effectively guaranteed in an inclusive and equitable framework of quality education. In this sense, it is also important to highlight the comparative value that governance constitutes and its formidable educational impact effect by reinforcing the vital importance of adopting a rights-based approach based on non-discrimination, but above all, focused on equal access and permanence of the most vulnerable groups. ; El derecho de cada persona a la educación resulta un elemento trasformador en sí mismo, con el potencial de transformar las vidas de las personas, comunidades y sociedades. Existe una amplia gama de marcos normativos, declaraciones y compromisos firmados y asumidos por los países de la región. Sin embargo, con tan solo mencionar el tema no es suficiente. La necesidad de un compromiso no solo político sino económico y de financiamiento de la educación, para que efectivamente pueda garantizarse el derecho a la continuidad educativa de todas las personas en un marco de educación de calidad, inclusivo y con equidad. En este sentido, también cabe destacar el valor comparativo que constituye la gobernanza y su formidable efecto de incidencia educativa al reforzar la vital importancia de la adopción de un enfoque de derechos, basado en la no discriminación, pero sobre todas las situaciones, enfocado en la igualdad de acceso y permanencia de grupos más vulnerables. ; O direito de cada pessoa à educação é um elemento transformador em si mesmo com o potencial de transformar a vida dos indivíduos, comunidades e sociedades. Existe uma ampla gama de estruturas normativas, declarações e compromissos assinados e assumidos pelos países da região. Entretanto, a simples menção da questão não é suficiente. Há necessidade não só de compromisso político, mas também de compromisso econômico e financiamento da educação, a fim de garantir efetivamente o direito à continuidade educacional para todas as pessoas dentro de uma estrutura de educação de qualidade, inclusiva e equitativa. Neste sentido, também é importante destacar o valor comparativo da governança e seu formidável impacto na educação, reforçando a grande importância de adotar uma abordagem baseada em direitos e na não-discriminação, mas, acima de tudo, focada na igualdade de acesso e permanência para os grupos mais vulneráveis.
Since the 1980s the Upper Cauca region in southwestern Colombia has featured a series of environmental conflicts related to the expansion of the sugar agro-industry, mining, hydroelectric power generation, and drinking water supply systems, among others. Likewise, since 2000, local communities have endured the violent confrontations among guerrillas, paramilitaries, criminal bands, and the national army for control of the territory and its environmental goods. Despite the complexity of the environmental conflicts, their analysis has focused on the emergence of conflict situations, rather than on the explanation of geo-historical processes. On the basis of a shared experience of activist research, grounded in accompaniment to communities, permanence in the territories, and a qualitative methodology that included workshops and interviews, the authors suggest the adoption of the category of conflicting networks to characterize the web of historical and territorial interactions of environmental conflicts. We argue that these conflicts constitute complex socio-ecological structures that must be analyzed on the basis of perspectives that evince the power structures involving actors, historical processes, and territorial configurations. An analysis based on these networks makes it possible to explain the ways in which the emergence of a certain conflict implies a spatiotemporal break, a segment characterized by greater complexity. In this sense, we suggest that this category allows for understanding that emerging conflicts become potential future conflicts, and are determined by past conflicts, which are affected by and affect other geographies. In the case of the Upper Cauca, the spatiotemporal convergences among the environmental conflicts show that they are basically associated with the imposition of the capitalist economic model. In this region, that model is evident in the development of economic and political power in connection with the expansion and industrialization of sugar cane, a process that has been the focal point of the formation of the State and of ethnic-racial social and spatial segregation. ; A região do Alto Cauca, localizada no sudoeste da Colômbia, apresenta, desde 1980, conflitos ambientais relacionados com a expansão da agroindústria açucareira, da mineração, da geração hidrelétrica e dos sistemas de abastecimento de água potável, entre outros. Por sua vez, desde 2000, as comunidades locais vêm padecendo de um violento confronto entre guerrilhas, paramilitares, quadrilhas e exército nacional pelo controle territorial e pelo domínio dos bens ambientais desse território. Embora a complexidade dos conflitos ambientais, seu contexto de análise concentrou-se no estudo de irrupções conflitivas mais do que na explicação de processos geo-históricos. A partir de uma experiência partilhada de pesquisa ativista, fundamentada no acompanhamento das comunidades, a permanência nos territórios e o desenvolvimento de metodologias qualitativas de oficinas e entrevistas, os autores sugerem a apropriação da categoria plexos conflitivos para caracterizar a conexão de interações históricas e territoriais dos conflitos ambientais. Argumenta-se que esses conflitos constituem estruturas socioecológicas complexas, que devem ser analisadas partindo de perspectivas que revelem as estruturas de poder entre os atores, as trajetórias históricas e as configurações territoriais. Propõe-se, nesse sentido, que essa categoria permite compreender que os conflitos emergentes devêm em conflitos futuros e são determinados por conflitos passados; também, que afetam e são afetados por outras geografias. No caso do Alto Cauca, as convergências espaço-temporais entre os conflitos ambientais demonstram que estes se encontram essencialmente associados com a imposição do modelo econômico capitalista. Esse modelo se manifesta claramente na região no desenvolvimento do poder econômico e político vinculado à expansão do cultivo e industrialização da cana-de-açúcar, processo que tem sido o eixo central da formação do Estado e da segregação social e espacial étnico-racial. ; La región del Alto Cauca, localizada al sur occidente de Colombia, presenta desde la década de 1980 un entramado de conflictos ambientales relacionados con la expansión de la agroindustria azucarera, la minería, la generación hidroeléctrica y los sistemas de abastecimiento de agua potable, entre otros. A su vez, desde la década del 2000, las comunidades locales han padecido una violenta confrontación entre guerrillas, paramilitares, bandas criminales y el Ejército Nacional por el control territorial y el dominio de los bienes ambientales del territorio. Pese a la complejidad de los conflictos ambientales, su marco de análisis se ha concentrado en el estudio de irrupciones conflictivas más que en la explicación de procesos geohistóricos. Desde una experiencia compartida de investigación activista, fundamentada en el acompañamiento a las comunidades, la permanencia en los territorios y el desarrollo de metodologías cualitativas de talleres y entrevistas, los autores sugieren la apropiación de la categoría plexos conflictivos para caracterizar la trama de interacciones históricas y territoriales de los conflictos ambientales. Se argumenta que estos conflictos constituyen estructuras socioecológicas complejas, que deben ser analizadas a partir de perspectivas que revelen las estructuras de poder entre los actores, las trayectorias históricas y las configuraciones territoriales. El análisis desde los plexos permite explicar las formas en que una determinada irrupción conflictiva constituye un corte espaciotemporal, un segmento de mayor complejidad. Se propone, en este sentido, que esta categoría lleva a comprender que los conflictos emergentes devienen en conflictividades futuras y son determinados por conflictos pasados; también, que afectan y son afectados desde otras geografías. En el caso del Alto Cauca, las convergencias espaciotemporales entre los conflictos ambientales demuestran que estos se encuentran esencialmente asociados a la imposición del modelo económico capitalista. Este modelo se manifiesta claramente en la región en el desarrollo del poder económico y político vinculado a la expansión del cultivo e industrialización de la caña de azúcar, proceso que ha sido eje central de la formación del Estado y de la segregación social y espacial étnico-racial.