Associação de cultivares de mandioca reduz a incidência do ácaro verde
In: DELOS: Desarrollo Local Sostenible, Band 16, Heft 43, S. 784-795
ISSN: 1988-5245
A mandioca (Manihot esculenta Crantz) é uma das principais fontes de carboidratos para milhões de pessoas nas regiões tropicais. Apesar da sua relativa rusticidade, a incidência de artrópodes, como ácaros, provoca grandes perdas na produção. Nesse sentido, o ácaro verde (Mononychellus tanajoa) vem se destacando principalmente na região Nordeste do Brasil. Dessa forma, este trabalho teve como objetivo avaliar a influência da associação de diferentes cultivares de mandioca sobre o desenvolvimento do ácaro verde. Para comparar as três cultivares e suas associações em relação ao desenvolvimento do ácaro, foi instalado um experimento em delineamento em blocos casualizados com seis tratamentos (as três variedades e suas associações duas a duas). Foi realizada a contagem dos ácaros em três plantas de cada variedade e em seguida foi feita a triagem de todas as formas móveis de ácaro verde. A coleta e a identificação dos voláteis das variedades de mandioca foram realizadas visando uma possível associação com a resistência/suscetibilidade. Os resultados obtidos mostraram que: a) a cultivar Campinas mostrou-se mais suscetível ao ácaro em relação as cultivares Rosinha e Sergipana; b) a associação entre as cultivares proporcionou redução significativa na população do ácaro em relação aos monocultivos; c) os compostos orgânicos voláteis Hex-3-en-2-one, (E)-Cariofileno e Hexadecano, presentes somente nas cultivares Rosinha e Sergipana são os prováveis responsáveis pela não-preferência dos ácaros em relação a cultivar Campinas. Sendo assim, os resultados evidenciam o potencial do uso de misturas de variedades em cultivos de mandioca para a redução do ácaro verde.