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No Brasil, as pesquisas sobre os sentidos do trabalho no campo sociológico têm sido, predominantemente, qualitativas, alinhadas a perspectivas microcontextuais, com o uso de entrevistas estruturadas e semiestruturadas e aportes teóricos-metodológicos de outras áreas do conhecimento. O artigo apresenta um caminho de pesquisa possível sobre o tema com teorias e metodologias fundamentadas na Sociologia. Para isso, foi considerada uma pesquisa, desenvolvida entre os anos de 2020 e 2022, que buscou compreender os sentidos do trabalho informal para mulheres no sul do Rio Grande do Sul no contexto da Pandemia da Covid-19. A pesquisa, de caráter qualitativo, foi desenvolvida por meio da técnica de entrevistas narrativas (Jovchelovitch; Bauer, 2019) e para análise dos dados foram mobilizadas as abordagens fenomenológica (Schultz, 1979), disposicional (Lahire, 2002, 2004, 2016) e interseccional (Lugones, 2014, 2020). O uso de entrevistas narrativas permitiu a aproximação de complexidades que permeiam a informalidade, como as estruturas sociais que perpetuam as desigualdades no mundo do trabalho e um sistema de valoração imbricado aos trabalhos informais.

O objetivo deste artigo foi apresentar Du Bois e Martineau como intelectuais precursores no pensamento sociológico e que podem proporcionar um ponto importante no horizonte de análise, convergente em um aspecto particular de estudantes que estão se aproximando da Sociologia: a identidade. Para isso, foi desenvolvida uma discussão teórica a partir da revisão da literatura que versa sobre os referidos intelectuais e suas obras, articulada, principalmente, ao conceito de autodefinição proposto por Patrícia Hill Collins. O Ensino de Sociologia, com base nestes intelectuais, pode, em alguma medida, contribuir na construção da identidade e da autodefinição.