Role Theory como terceira via nas Relações Internacionais
In: Monções: revista de relações internacionais da UFGD, Band 8, Heft 15, S. 73-102
ISSN: 2316-8323
O presente trabalho convida a uma reflexão sobre a Role Theory (RT) e seu desenvolvimento nas Relações Internacionais por meio de uma revisão de literatura dos trabalhos publicados nas últimas décadas. Busca analisar o encontro dos dois subcampos da área: o subcampo de Política Internacional (PI) e o de Análise de Política Externa (APE) vislumbrado por meio da RT. Compreender o processo de mudança da postura dos Estados em diferentes temáticas exige a ponderação de fatores estruturais, institucionais e identitários do sistema internacional e do ambiente doméstico, e a RT parece ser capaz de unir os diferentes níveis de análise de forma satisfatória. A junção entre teorias das RI e APE pela RT só é possível devido a particularidades dessa teoria, por isso compreender como a RT dialoga com cada um desses campos é relevante. Assim, o artigo trata das origens da RT nas ciências humanas e nas RI, alguns dos diálogos dessa teoria com as demais, sua relação com a APE, além dos seus principais conceitos. Também serão explorados brevemente exemplos de trabalhos que utilizam a RT para o estudo da política externa brasileira. Outro motivo para a apresentação do histórico e do arcabouço conceitual vem da necessidade de unificar conceitos expostos em manuais e artigos recentes da RT, cuja reflexão pode ser útil para análises futuras que desejem utilizar a RT como modelo teórico. Ênfase maior é conferida a dois conceitos: National Role Conceptions (NRC) e Domestic Role Contestation (DRC). O conceito de NRC pode ser definido como a percepção dos policymakers sobre a posição de suas nações no sistema internacional e são, ao menos em tese, visões domesticamente compartilhadas sobre qual deve ser o role assumido pelo próprio Estado no sistema internacional; são a base da Role Theory nas RI.Recebido em: setembro de 2019Aceito em: fevereiro de 2020