A crítica de pressupostos como pressuposto da crítica : em defesa da "crítica ontológica" -- Sobre a relação entre ética, moral e política : contra a economia do bem-estar social -- Do utilitarismo ao senianismo : uma recapitulação crítica da versão conservadora da ocorrência de mazelas sociais -- A economia diante do horror econômico
Como expresso claramente em seu título, o artigo discute a relação entre a obra de Marx e a de Espinosa. Em particular, o propósito é demonstrar, mediante uma análise imanente da obra de ambos os autores, mas também por recurso a interpretações diversas e consagradas a respeito dessa possível relação, que as ideias de Espinosa não são inconciliáveis com as de Marx. O primeiro passo para isso é a rejeição de que exista um antagonismo entre as obras de Hegel, filósofo que exerce influência expressiva sobre o pensamento de Marx, e Espinosa. Em seguida, demonstra-se que há conexões diversas possíveis no terreno ontológico, sobretudo no que se refere ao metabolismo entre sociedade e natureza. Por fim, o artigo demonstra como Marx permite ir além de Espinosa ao lidar criticamente com a sociedade capitalista.
A melhor forma de celebrar os 140 anos da publicação da obraprimade Marx, O Capital, é indubitavelmente recuperar o seu sentido originalde crítica científica das condições sociais que, de um lado, criam as condiçõesmateriais para e, de outro, impedem a realização da emancipação humana:a sociedade regida pelo capital. E isso porque o nexo entre crítica científicae emancipação humana perdeu-se, no século XX, em meio a uma atmosferaque combinou um crescente recrudescimento do pensamento conservadorcom o descrédito das versões vulgarizadas do pensamento de Marx que amparavamas experiências do socialismo real no plano subjetivo. Para superar apesada herança deste período e restaurar aquele sentido fundamental de OCapital, é imprescindível recuperar seu argumento desde o ponto de partidaassumido pelo próprio autor: a análise da circulação de mercadorias e dasformas de consciência, inclusive científicas, a ela associadas.
O artigo desenvolve uma crítica às concepções conservadoras da ecologia, partindo de uma reinterpretação da teoria do valor de Marx baseada na obra de G. Lukács. São enfatizadas, nesta crítica, as implicações dessas concepções para o plano da ética.