A NOÇÃO DE SUJEITO DA PÓS-MODERNIDADE E AS SUAS IMPLICAÇÕES PARA A ANÁLISE DE DISCURSO
In: Revista Alcance: revista científica do Programa de Mestrado Acadêmico em Administração da Universidade do Vale do Itajaí, Univali, Band 22, Heft 1, S. 005
ISSN: 1983-716X
A construção deste artigo surgiu da necessidade de compreender a análise de discurso – presente na prática da pesquisa nos estudos organizacionais –, considerando as transformações epistemológicas e factuais originárias das transformações na concepção de sujeito discursivo impostas pela sociedade pós-moderna. A partir das características epistemológicas e da época pós-moderna, objetivamos analisar a substituição da noção de sujeito da modernidade – o sujeito freudiano e kantiano – pela noção pós-moderna de sujeito perverso (psicotizante). Essa passagem questiona os pressupostos modernos das práticas de interpretação discursiva. Primeiramente, estabelecemos o debate necessário sobre a superação do tradicional dualismo na noção de sujeito determinado versus sujeito autônomo. A superação desse dualismo torna-se vital para a construção, em seguida, da noção de sujeito perverso (psicotizante) - característico da era pós-moderna. Na constituição desse sujeito, iniciamos, com a filosofia-sociologia pós-moderna, a descrição do sujeito autorreferência. Em seguida, buscamos, na psicanálise, o entendimento da substituição do sujeito neurótico pelo sujeito perverso. E, por fim, estabelecemos o questionamento dos possíveis impactos dessas transformações sobre as práticas metodológicas de interpretação discursiva, acompanhado do alerta sobre as mudanças que atingem a análise de discurso nos estudos organizacionais.