Os recursos humanos são apontados como um importante ativo para as organizações em geral, sendo particularmente relevante para as organizações sociais. Este estudo procede à recolha de dados primários, por questionário, junto dos responsáveis das organizações sociais em Portugal, com o objetivo de conhecer as suas práticas de gestão de recursos humanos. Um objetivo complementar do estudo consistiu em compreender se essas práticas variavam (ou não) em função do perfil da organização social e do seu responsável.A investigação quantitativa realizada indicou uma forte valorização das práticas de gestão de recursos humanos, com perfis distintos em função das organizações sociais. Assim, enquanto algumas organizações procuram valorizar a gestão de colaboradores remunerados, outras tendem a concentrar a sua atenção essencialmente na gestão de voluntários. A investigação revela ainda que a valorização de diferentes práticas de gestão de recursos humanos é condicionada pelas características do empreendedor social e do nível de concorrência do ambiente em que as organizações atuam.
O empreendedorismo social é reconhecido como um importante instrumento para a criação de valor para a sociedade, bem como para o desenvolvimento regional. No entanto, pelo facto de combinarem uma orientação social e empreendedora, as organizações sociais deparam-se com frequência com um cenário de escassez de recursos, que poderá comprometer a capacidade para prosseguir a sua missão social. Com esta investigação pretende-se compreender em que medida a forma como são geridos os recursos nas organizações sociais Portuguesas é capaz de influenciar o desempenho que estas são capazes de alcançar. A investigação adota uma metodologia quantitativa, através de inquérito por questionário on-line enviado aos gestores de organizações sociais em Portugal. A investigação indica que a forma como os responsáveis gerem os recursos influencia o nível de desempenho geral das organizações, quer sejam de natureza tangível (recursos financeiros e recursos tecnológicos) quer intangível (identidade, envolvimento dos grupos-alvo e perceção da qualidade).
Social entrepreneurship has been recognized as a valuable tool for promoting sustainable economic development. The aim of the study is to explore the extent to which Portuguese Non-Governmental Organizations for the Development (ONGDP) contribute to the development of Cape Verde (CV). Thus, we indend to identify and assess the projects developed by ONGDP in CV, to understand the difficulties faced and the underlying motivations. To this end a qualitative methodology was used through the collection and analysis of secondary data (desk research) and interviews with the responsible of six ONGDP working in CV. The study concluded that the ONGDP do not focus on one area of activity, but several, such as health, rural development, education and training, among others. We found that ONGPs act in partnership with local organizations, which are crucial for understanding the concrete reality. CV has been benefited from the projects because of te common languege shared. To obtain resources, most ONGDP rely on in-kind contributions and volunteering. The generation of social value was achieved mainly through economic generating activities, seen as the most effective to ensure a sustained social response. The main difficulties arise from the specific characteristics of the territory and its orography which have implications for accessibility and communication.
Este artigo pretende avaliar em que medida o uso de estratégias integradas de comunicação de marketing, que combinam os meios tradicionais (imprensa, rádio, televisão, outdoors, entre outros) e digitais (redes sociais, publicidade paga, entre outros), podem influenciar a imagem percebida dos residentes em relação à marca "Castelo Branco, Bordar e Receber". Para atingir aquele desiderato, foi usado um inquérito por questionário online para recolha de dados dos residentes do município de Castelo Branco, entre julho e agosto de 2021. Foram obtidas um total de 745 respostas, que foram depois estatisticamente analisadas. Os resultados apontam para um papel positivo da adoção de estratégias de marketing digital na formação da perceção da marca cidade analisada. O estudo indica, ainda, que os meios de comunicação tradicionais são complementares dos digitais, muito embora as ferramentas digitais orgânicas (website/newsletter) e inorgânicas (redes sociais), possam ser mais intensamente exploradas.
PurposeResearch on economic entrepreneurship identifies a gender gap that is favorable to men. In the social entrepreneurship arena, the existing evidence is slightly fuzzy, as this gender gap is less preeminent. This paper aims to identify how gender differences in social entrepreneurial ventures creation are explained by different personality traits, by analyzing the extent to which female and male social entrepreneurs exhibit the same personality traits and whether potential differences are able to explain the differences in predisposition for the creation of new social entrepreneurial ventures.Design/methodology/approachA review of the literature on gender differences and personality traits in social entrepreneurship details the main theoretical developments and builds the hypotheses. Based on the Big Five model, the investigation uses a hypothesis testing quantitative approach. Primary data were collected through a questionnaire that was e-mailed and applied to the social entrepreneurs engaged in the creation of social ventures in Portugal.FindingsThe data gathered suggest that both female and male social entrepreneurs have personalities characterized by high levels of openness to experience, agreeableness, conscientiousness, extraversion and emotional stability. Based on the analysis of variance (ANOVA) between the two groups and logistic regression, the investigation reveals that women and men who launch a new social venture only differ in one personality dimension – agreeableness – wherein women scored more highly. No significant differences are found in the other personality traits.Research limitations/implicationsThe research assumes that most aspects of human personality structure are represented in the Big Five model.Practical implicationsThe knowledge about whether gender differences are explained by different personality traits is critical to public entities that might design appropriate public policies to stimulate social entrepreneurship. Also, social entrepreneurs' capacity building programs should be delineated in accordance with a deeper understanding about gender and personality traits differences.Social implicationsThe knowledge of the factors that affects the creation of new social ventures has an important potential contribution on social value creation and the promotion of gender equality.Originality/valueThis paper links two important topics – gender and entrepreneurs' personality traits – scarcely explored in the social entrepreneurship literature. Thus, the paper adds new empirical evidence to support (or not) the belief that personality and gender matter in the decision to launch a new social venture.