Migração partidária nos municípios brasileiros (2000-2016)
In: Revista de sociologia e política: publication of the Universidade Federal do Paraná, Band 26, Heft 66, S. 101-124
ISSN: 1678-9873
RESUMO Introdução O objetivo do trabalho é investigar a dinâmica das migrações partidárias em nível local, entre 2000 e 2016, tendo como escopo as eleições para prefeito e vereador, em todo o Brasil. A migração partidária é bastante explorada em nível nacional, sobretudo para o Congresso Nacional, mas em nível local esse fenômeno tem recebido pouca atenção da literatura. Métodos A metodologia utilizada é quantitativa, com informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), valendo-se de ferramentas da geografia eleitoral, da análise de redes e de estatística descritiva. Resultados A migração partidária e de candidaturas (políticos que concorrem a prefeito em uma eleição e na seguinte para vereador, e vice-versa) não trazem, necessariamente, maiores chances de sucesso. Observa-se, também, que no nível local as taxas de migrações vêm decaindo, nos dois cargos. Discussão Muito se argumenta acerca da "fraqueza" dos laços partidários nos municípios e de uma relação pouco estável entre candidatos e partidos. Estes seriam trocados pelos políticos a todo momento, sempre que o contexto local fosse favorável. Sob esse ponto de vista, a migração partidária em nível municipal seria determinada for fatores circunstanciais. Contudo, os achados obtidos nesse artigo revelam que há padrões de comportamento dos candidatos e partidos nos municípios em termos de estratégias eleitorais, e que a variação nos indicadores da migração não é ad hoc. Nesse sentido, apontamos para outra realidade: os partidos seguem estratégias distintas e coordenadas, em se tratando de migrar ou não.