O comportamento eleitoral dos paulistas e dos brasileiros nas eleições de 2002 e 2014
In: Opinião Pública, Band 23, Heft 1, S. 60-95
ISSN: 0104-6276
Resumo A hipótese deste artigo é a de que existem distinções em relação ao comportamento eleitoral entre os eleitorados paulista e brasileiro. No caso, os aspectos sociodemográficos, quando comparados aos identitários e pragmáticos, influenciam menos o comportamento dos eleitores paulistas do que o dos brasileiros em geral. Em síntese, os paulistas tenderiam a considerar menos os aspectos sociais, econômicos e identitários e mais os aspectos pragmáticos. Para isso, aplicamos o modelo de regressão logística binária sobre os votos para presidente e para governador de São Paulo no 1° turno das eleições de 2002 e 2014. A seleção de variáveis previsoras considerou algumas das que já foram e/ou ainda costumam ser indicadas por diversas pesquisas nacionais, além de outras sugeridas por este artigo, divididas em três grupos: variáveis sociodemográficas (renda familiar mensal, escolaridade, idade, sexo e religião), identitárias (interesse por política e posicionamento ideológico) e pragmáticas (rejeição partidária, beneficiário do Programa Bolsa Família, avaliação em relação ao governo, à economia e à democracia). Finalmente, acreditamos que este artigo possa contribuir como um estudo preliminar capaz de identificar aspectos e conjuntos de variáveis que explicam possíveis mudanças e tendências do comportamento político dos eleitorados paulista e brasileiro.