O moderno marco inicial da Economia da Religião é o modelo de Azzi e Ehrenberg (1975). Este modelo gerou diversos trabalhos empíricos vistando testar suas hipóteses. Neste artigo, testam-se as hipóteses do modelo de Azzi e Ehrenberg, aplicando-se um modelo de regressão logística ordenada, com dados da Pesquisa Social Brasileira (PESB) de 2004, sobre frequência religiosa. De acordo com os resultados obtidos, indivíduos do sexo feminino tendem a frequentar mais serviços religiosos: além disso, a frequência religiosa apresentou aumento com a idade e verificou-se uma correlação negativa com a renda.
O objetivo deste trabalho é expor, com base na literatura de Economia da Religião, a premissa de racionalidade humana relacionada ao comportamento religioso. Serão abordados conceitos e definições da Economia da Religião, o objeto de interesse dessa disciplina, isto é, as questões com as quais se preocupa, além de discutir-se, sucintamente, a origem e a evolução da Economia da Religião. Discutem-se dois dos fundamentos teóricos da Economia da Religião: a Escolha Racional e a Teoria do Consumidor aplicada à religião. Como contribuição empírica, realizou-se um teste de um modelo de escolha religiosa empregando a técnica de Análise de Discriminante. Por último, serão discutidas as vantagens, objeções e críticas relativas à Teoria da Escolha Racional Religiosa.
Resumo Este estudo analisa os fatores associados à taxa de doações efetivas de órgãos sólidos (coração, pulmões, rins, fígado e pâncreas) por morte encefálica nas Unidades Federativas (UF) do Brasil, no período de 2012 a 2017. Para tanto, fez-se uso da Análise Exploratória de Dados Espaciais e do modelo de Durbin Espacial com dados em painel. Os condicionantes usados foram divididos em sociodemográficos e de gestão em saúde. Evidenciou-se a existência de grandes disparidades regionais no processo de doação nestas áreas, com agrupamentos espaciais do tipo Alto-Alto na região Sul do país. Os resultados mostraram que a densidade populacional afetou positivamente essas doações na unidade de análise. Esse mesmo sinal foi obtido ao se considerar o impacto das variáveis densidade defasada, escolaridade defasada e os efeitos dos transbordamentos espaciais. A taxa de envelhecimento populacional defasada afetou negativamente essas doações na unidade de análise, além de apresentar resultados negativos indiretos e total sobre a taxa de doação nas unidades vizinhas. Ao se considerar a composição étnica, por meio da proporção de não brancos, observou-se que quanto maior for essa proporção em determinada UF, menor é taxa de doação nessa mesma unidade, confirmada pelo efeito direto. O sinal desse fator explicativo defasado e do efeito indireto foi negativo. A taxa de respiradores de emergência mostrou-se importante para o crescimento da taxa de doação nas áreas analisadas. A defasagem da taxa de leitos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) teve efeito negativo sobre as doações e os efeitos spillover (efeitos indireto e total) seguiram a mesma direção de impacto. A taxa de equipes transplantadoras de órgãos afetou negativamente essas doações na unidade de análise, contudo, o efeito dos vizinhos foi positivo, observando-se relação positiva no efeito indireto e negativa no direto. A taxa de mortes por causas neurológicas de uma determinada UF afetou de forma positiva as suas doações, mas esse fator nas unidades vizinhas afetou negativamente a variável dependente, além da direção do efeito direto ser positiva e do indireto ser negativa. As dummies referentes às políticas públicas que criaram as Organizações de Procura de Órgãos (OPO's) e as Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT's) mostraram efeitos totais positivos, indicando a importância delas nesse processo. Concluiu-se que o comportamento geográfico e temporal das doações de órgãos sólidos nas unidades federativas foram explicados pelos condicionantes sociodemográficos e de gestão abordados. Decisões efetivas dos gestores desse sistema, com base em evidências, são necessárias para melhorar o desempenho estrutural e dinâmico do processo de doação, especialmente, em relação às diferenças regionais na oferta desses órgãos no país.
PurposeThis paper investigates the relationship between (1) business cycle and use of personal contacts to obtain job and (2) use of personal contacts to obtain job and wages.Design/methodology/approachFor this, we use data from the Monthly Employment Survey (2002–2015) from Brazil which has detailed information on individual and job characteristics. In addition, we investigate the impact of referrals on wage using quantile regressions.FindingsTime-varying parameter estimates indicate that the relationship between business cycle and use of personal contacts became less countercyclical over time. In general, they show that there is more evidence of a slow changing relationship between personal contacts and the business cycle over time rather than a sudden and discrete one. Using quantile regressions, we observed that, controlling for similar observable characteristics, and including unobserved heterogeneity, wage differences between workers using personal contacts versus workers using others channels disappear. The evidences indicate that workers resort to personal contacts because of valuation of non-pecuniary job characteristics.Practical implicationsThe results suggest that, in designing subsidy or affirmative action programs, attention to network effects is important. Social networks can help labor markets run more smoothly by alleviating information frictions.Originality/valueThis study extends the existing literature by providing empirical evidence of the use of personal contacts for the Brazil. Although there are many studies and methods for measuring use of personal contacts, to our knowledge, there are no studies using a time-varying parameters model.