La Primera y la Segunda Guerra Mundial propiciaron en Europa la aparición de las primeras organizaciones dedicadas a los niños, que fueron instrumentales para salvar a toda una generación de europeos y a la propia Europa. Contribuyeron a construir una nueva consideración social del niño y al reconocimiento de sus derechos. Así mismo, establecieron formas de gestión y protocolos de actuación aún vigentes, que convirtieron la filantropía existente en un nuevo campo de actividad económica: el humanitario. A raíz de su actuación se produjeron progresos en materia de nutrición e higiene alimentaria y en el conocimiento sobre los efectos de la guerra y de las evacuaciones en los niños. También impulsaron el Estado del bienestar, el derecho humanitario, los derechos humanos y la asistencia a los países en desarrollo. Este estudio analiza una selección de cinco relevantes organizaciones y demuestra que a menudo la ayuda a los niños fue estratégica, penetrada por condicionantes de tipo político y económico. ; The First and Second World Wars fostered the birth of the first children's relief organizations, which were instrumental in safeguarding a whole generation of Europeans, as well as ultimately Europe itself. These organizations contributed to shape new social recognition for children and children's rights. Henceforth, they established protocols and management models that still prevail nowadays. Such organizations turned philanthropy into a new economic field: humanitarianism. Their performance favoured a general progress in nutritional and hygienic matters as well as a better understanding of the effects of war and the evacuation of children from wartorn areas. In addition, these organizations promoted the welfare state, international humanitarian and human rights law and support for developing countries. The following essay examines five relevant organizations in the children's relief sector, proving beyond a doubt that their activity was often strategic, determined largely by political and economic bias. ; La ...
O objetivo dessa pesquisa é analisar a racialização da cidadania, particularmente no atual contexto histórico de políticas neoliberais, que se dá a partir da década de 1980, no Brasil. Para esta análise será esboçado a concepção de cidadania, interligada à construção discursiva na ideia de raça e de gênero, sobretudo na permanência do discurso do mito da democracia racial. Estas narrativas legitimam as desigualdades raciais e sociais, bem como a segregação e a política de morte sobre os sujeitos racializados. Para tal contexto, analisaremos a partir do paradigma da Afrocentricidade, visto como uma "crítica à dominação cultural e econômica europeia", tendo como paradigma a "correção no reposicionamento do africano como sujeito de sua própria história". Este ponto de vista se legitima devido ao fato de que o "deslocamento físico dos africanos durante o comércio europeu de escravos, fomos afastados de nossos centros culturais, psicológicos, econômicos e espirituais e colocados à força na cosmovisão e no contexto europeus (ASANTE, 2016, p. 10)". Compreendemos que ela nos ajuda a analisar a historicidade dos problemas sociais que tangenciam assuntos não somente econômicos e políticos, como também as questões culturais, as relações raciais, as relações de classe e as relações de gênero. Fontes derivadas das análises desenvolvidas pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o Atlas da Violência 2019, serão de suma importância, já que possibilitam compreender o índice de violência e de desigualdades, no Brasil. A perspectiva tomada por Achille Mbembe, de necropolítica, em que a soberania do Estado limita-se a quem deve viver e a quem deve morrer, será também nosso suporte para a análise. Diante dos levantamentos bibliográficos colocamos em sobre a possibilidade e a necessidade de reformulação de um novo conceito ou paradigma e aplicabilidade de Cidadania a partir de perspectivas e referências não eurocêntricas. Isso significa que é necessário "retornar às civilizações clássicas da África para inspiração e orientação (ASANTE, 2016, p. 13)."
This study analyzes the Indigenous, unenslaved population of the Portuguese colony of Angola from 1797 to 1852 from an economic perspective. The outcome of the work is to see how financially connected the majority of Angolans were to the Portuguese colonial economic system and global trade in this period, as well as to determine the effects of global economic links on late modern Angolan life. The African contribution to global trade through the exportation of slaves is well known, though the economic relationship between this trade and Indigenous Africans can be difficult to determine. In Angola, a wealth of demographic data recorded in the colonial period helps understand the effects of global trade, abolitionism, and major political events on local communities. Coupled with trade records, colonial censuses illustrate the relative economic isolation experienced by Indigenous Angolans in the late 18th and early 19th centuries, despite protracted European interference in the region. ; Este trabalho analisa a população indígena e não escravizada da colónia portuguesa de Angola entre 1797 e 1852 do ponto de vista económico. O objetivo é determinar a medida em que a maioria dos angolanos estava ligada ao sistema financeiro português estabelecido na colónia e ao comércio global neste período. Pretende identificar os efeitos dos laços económicos globais na vida moderna angolana. A contribuição africana para o comércio global é bem conhecida através da exportação de escravos, embora a relação económica entre este comércio e as comunidades africanas indígenas seja difícil de determinar com certeza. Em Angola, uma quantidade impressionante de dados demográficos registrados no período colonial ajuda a compreender os impactos do comércio global, do abolicionismo e dos principais eventos políticos. Juntamente com os registros comerciais, os censos coloniais ilustram uma economia relativamente isolada e livre de pressões exteriores partilhada pelos indígenas angolanos no final do século XVIII e no início do século XIX, apesar da prolongada interferência europeia na região.
Signé entre l'UE et le bloc ACP en 2000, l'Accord de Cotonou arrive à son terme en fin 2020 et de fait soulève inévitablement de nombreuses interrogations du fait qu'après 20 ans, les intérêts des parties sont de plus en plus divergents. L'UE par exemple envisage aujourd'hui de traiter directement avec les pays africains séparément du bloc ACP et vice versa. Alors, quelle structure doit avoir le nouvel accord ? Quelles sont les modifications à apporter ? Quels facteurs doivent être pris en compte ? En essai de réponse à ces questions, cette étude se propose de réaliser une évaluation des piliers fondateurs de l'Accord de Cotonou (Aide, Coopération Commerciale et Coopération Politique) sur ses 20 années d'exercice dans le but de déterminer l'écart réel entre les objectifs fixés et ceux atteints. Mais aussi d'examiner les facteurs qui l'ont influencé pour parvenir à souligner les défis à relever dans le cadre futur de la coopération UE-ACP; Abstract: Signed between the EU and the ACP bloc in 2000, the Cotonou Agreement expires by the end of 2020 and indeed inevitably raises many questions because after 20 years, the interests of the parties are increasingly divergent. The EU, for example, is now considering dealing directly with African countries separately from the ACP bloc and vice versa. So, what structure should the new agreement have? What changes need to be made? What factors need to be taken into account? In an attempt to answer these questions, this study attempts to carry out an evaluation of the founding pillars of the Cotonou Agreement (Aid, Trade Cooperation and Political Cooperation) over its 20 years of operation in order to determine the real gap between the objectives set and those achieved. But also to examine external factors that have influenced it in order to highlight the challenges to be met in the future framework of EU-ACP cooperation; Resumo: Assinado entre a UE e o bloco ACP em 2000, o Acordo de Cotonou expira no final de 2020 e, de facto, levanta inevitavelmente muitas questões porque, passados 20 anos, os interesses das partes são cada vez mais divergentes. A UE, por exemplo, está agora a considerar tratar diretamente com os países africanos separadamente do bloco ACP e vice-versa. Que estrutura deverá ter o novo acordo? Que mudanças precisam de ser feitas? Que fatores devem ser tidos em conta? Numa tentativa de responder a estas questões, este estudo propõe a realização de uma avaliação dos pilares fundadores do Acordo de Cotonou (Ajuda, Cooperação Comercial e Cooperação Política) ao longo dos seus 20 anos de funcionamento, a fim de determinar o verdadeiro fosso entre os objetivos estabelecidos e os atingidos. Mas também para examinar os fatores que a influenciaram a fim de realçar os desafios a enfrentar no futuro quadro de cooperação UE-ACP.
This article presents an approach to the public budget with a sense of humanity, eco-sustainable, which recognizes living species and nature as its subject. The reflections start from the social State under the rule of law, as a concept, as a culture, under humanistic rationality of the philosophy of the economic and budgetary sciences. Globalization, economic opening, and Neoliberalism arequestioned, not only as being responsible for the world crisis of the 1930s and the crises of the last three decades but because it was unable to respond to the crisis unleashed by the COVID 19 pandemic, where the State was finally the intervener, with an investment budget and social public spending with which it is dealing with issues of health, unemployment, poverty, economic recovery, payrollsubsidies, subsidies and budget aid, among others. From the advance, there is also the need to build consensus, in the only form of government of modernity, valid to make effective economic, social, environmental and cultural rights, that is, democracy, understood as culture, as the participation of society. In the social state under the rule of law, budgets must be autonomous, predictable, sufficient, that respect the rights of living species and nature, that is an instrument for decisions with a sense of humanity, in the face of poverty, marginality and inequality. ; En el presente artículo se adelanta un acercamiento al presupuesto Público con sentido de humanidad, eco sustentable, que reconozca como sujeto a las especies vivas y a la naturaleza. Las reflexiones parten del Estado Social de Derecho, como concepto, como cultura, bajo una racionalidad humanista de la filosofía de las ciencias económicas y presupuestales. Se cuestiona la mundialización, la apertura económica, el Neoliberalismo, no solo como responsable de la crisis mundial de los año 1930 y las crisis de las últimas tres décadas, sino porque no pudo dar respuesta a la crisis desatada por la pandemia del COVID 19, donde finalmente fue el Estado interventor, con un presupuesto de inversión y gasto público social con el que se está haciendo frente a temas de salud, desempleo, pobreza, reactivación económica, subsidio a las nóminas, subvenciones y auxilios presupuestales, entre otros. Igualmente, se colige la necesidad de construir consensos, en la única forma de gobierno de la modernidad, válida para hacer efectivos derechos económicos, sociales, ambientales y culturales, esto es, la democracia, entendida como cultura, como participación de la sociedad. Se concluye que, en el Estado Social de Derecho los presupuestos deben ser autónomos, previsivos, suficientes, que respeten los derechos de las especies vivas y la naturaleza, que sea un instrumento para decisiones con sentido de humanidad, frente a la pobreza, la marginalidad y la desigualdad ; Este artigo apresenta uma abordagem do orçamento público com um senso de humanidade, eco-sustentável, que reconhece as espécies vivas e a natureza como seu tema. As reflexões são baseadas no Estado social de direito, como um conceito, como uma cultura, sob uma racionalidade humanista da filosofia das ciências econômicas e orçamentárias. A globalização, a abertura econômica e o neoliberalismo são questionados, não apenas porque são responsáveis pela crise mundial dos anos 30 e pelas crises das últimas três décadas, mas também porque foram incapazes de responder à crise desencadeada pela pandemia da COVID 19, na qual o Estado finalmente interveio, com um orçamento de investimentos e gastos sociais públicos que estão sendo utilizados para enfrentar questões de saúde, desemprego, pobreza, reativação econômica, subsídios de folha de pagamento, subsídios e ajuda orçamentária, entre outros. Da mesma forma, existe a necessidade de construir consenso na única forma de governo moderno que é válida para tornar efetivos os direitos econômicos, sociais, ambientais e culturais, ou seja, a democracia, entendida como cultura, como a participação da sociedade. Conclui-se que, no Estado social de direito, os orçamentos devem ser autônomos, previsíveis, suficientes, respeitadores dos direitos das espécies vivas e da natureza, um instrumento para decisões com senso de humanidade diante da pobreza, marginalização e desigualdade.
Pela terceira vez desde a revolução de abril de 1974, o governo português foi em março de 2011 obrigado a pedir a intervenção do FMI para resolver uma situação financeira anunciada pelos mercados durante longos meses e que colocou o país à beira do incumprimento (default). Anteriormente, em 1978 e 1983, o recurso ao FMI pareceu uma inevitabilidade para um país saído de uma ditadura de quase 50 anos e lançado para o caos económico e financeiro por uma elite política sem experiência de governação e que carregava o peso de descolonizar, desenvolver e democratizar. Depois de abril de 1974, o país descobria o fosso político, económico e social que o separava da Europa, precisava de pôr fim a uma guerra colonial que durara quase 25 anos e de integrar milhões de cidadãos que regressavam das colónias deixando para trás os seus haveres e as suas fontes de sustento. Após abril de 1974, o país também redescobria a política e a dificuldade de encontrar o caminho para a estabilidade governativa que permitisse seguir um programa coerente. O regime, que começou por ser semi-presidencialista ao estilo francês, determinou uma competição política férrea entre o presidente da República e o primeiro-ministro, ambos disputando uma legitimidade política que lhes vinha directamente das urnas. Ainda assim, os governos minoritários, de coligação ou de iniciativa presidencial sucederam-se até 1987, deixando um rasto de instabilidade política e confronto pessoal entre os principais dirigentes de tidos os quadrantes ideológicos. O carácter socializante da revolução de 1974 deixou as suas marcas nos programas de todas as forças políticas, e foram precisas quase duas décadas de negociação do texto constitucional para libertar a política e a economia dos constrangimentos ideológicos revolucionários. Para cúmulo, o ano de 1975 assistiria a uma série de movimentações políticas que puseram o país à beira da guerra civil. No mês de março uma tentativa de golpe esquerdista abortada por um novo golpe militar em novembro e o regresso à legalidade constitucional. Em 1978 e 1983, as dificuldades financeiras e as negociações com o FMI apanhavam o país no meio deste vendaval político, mas também já a meio das negociações para a adesão às Comunidades Europeias. Destra forma, o recurso ao FMI aparecia como o remédio inevitável no caminho da convergência europeia e um instrumento para que o país alcançasse a estabilidade financeira indispensável para tal. Ainda que sempre envolvido nas polémicas da ingerência e da perda da soberania, o recurso ao FMI rapidamente foi assimilado na narrativa quase épica da adesão à Europa como provação necessária antes da promessa do fim da História. O generoso estímulo europeu à convergência social acabaria por mudar a face do país, mas também condenou a indústria pesada, o sector das pescas e a agricultura do país. Mesmo assim, as pequenas e médias empresas alargaram o seu mercado, foi possível atrair investimentos avultados das grandes empresas transnacionais e o sector dos serviços transformou-se, em poucos anos, numa marca da transformação do país. Com o acesso ao crédito muito facilitado, o consumo disparou e aquilo que era um mercado muito fechado de repente passou a ser muito apetecível para os grandes exportadores europeus. A adesão à moeda única desembaraçou ainda mais os constrangimentos ao consumo, com a queda histórica das taxas de juro reguladoras do BCE, e às trocas intra-europeias mas retirou ao governo português um instrumento de competitividade da economia que utilizara recorrentemente desde 1974, a desvalorização da moeda. Assim, a primeira década do século XXI é marcada pela estagnação económica e pela explosão do endividamento público e privado. A estagnação económica deveu-se ao esgotamento de um certo modelo de crescimento assente na mão-de-obra barata e na maior competitividade que certos países puderam fazer nesse âmbito, os países do Leste europeu, por exemplo, mas também a China. Mas também se deveu à adesão a uma zona monetária que não dispõe de instrumentos de harmonização fiscal nem real forma de promover a convergência económica ou financeira. Contudo, e parte de uma zona monetária de prestígio, o estado português passou a poder financiar-se junto dos mercados a preços 'alemães'. Com o consumo privado em alta, o sistema bancário também se endividou para corresponder à procura de crédito, o que dinamizou o sector imobiliário e inflacionou o preço das casas. Num primeiro momento, a crise do subprimeafectou pouco Portugal, mas à medida que as consequências da crise americana chegaram à Europa, o contágio passou a ser inevitável. Uma economia aberta, periférica e vulnerável aos movimentos dos mercados dificilmente conseguiria resistir sem recorrer à ajuda externa. Ironicamente, a desconfiança e pressão dos mercados agravou-se fruto da aplicação das próprias regras europeias no imediato pós-crise de 2008-2009. Fruto desta, a generalidade dos governos europeus interrompeu o programa de consolidação orçamental, que é a base do pacto de estabilidade financeira da zona euro, para acudir às necessidades sociais e ao crescimento do desemprego. Mas a ortodoxia macroeconómica vigente depressa obrigaria a regressar ao pacto de estabilidade, e com rigidez acrescida, de forma que, até 2013, o défice público dos países da zona euro deverá descer até aos 2% do PIB. Para países que assumiram encargos derivados da crise, a situação pareceu dramática, e viram-se com défices, reais ou forjados, de 9% como Portugal ou mesmo 13% como a Grécia. No caso da Irlanda, o resgate forçado dos bancos por parte do estado fez disparar o défice público para os 32% do PIB em 2010. Perante a dificuldade de cumprir as metas do pacto de estabilidade, os mercados passaram a distinguir o risco dentro da zona euro e as agências de notação depressa fizeram reflectir essa desconfiança na avaliação das dívidas soberanas e dos bancos. Entre Março de 2010 e Março de 2011, as dificuldades de financiamento e a subida dos juros colocaram a Grécia, a Irlanda e Portugal à beira do incumprimento, com os dirigentes europeus preocupados agora em evitar o contágio à Espanha.No último ano, e perante o adensar da pressão dos mercados e dos seus pares europeus, o governo socialista evitou a todo o custo o recurso à ajuda externa. Mesmo quando os juros da dívida ultrapassaram os 7%. Mas passado um ano sobre o resgate da Grécia, o agravar contínuo dos juros, a pressão dos bancos nacionais de que deixavam de comprar dívida pública por esta representar um risco intolerável, e a rejeição do programa de estabilidade e coesão (PEC4) no Parlamento, o primeiro-ministro Sócrates pediu a demissão e instalou-se a crise política. A questão do pedido de ajuda e resgate – e o regresso do FMI, neste caso em forma de 'troika' com os representantes da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu – é tão sensível que só foi possível proceder a ele após a dissolução do Parlamento, sendo mesmo polémico se um governo em gestão teria poderes para decidir um acto tão importante. Após 25 anos de integração europeia e de transformação de Portugal em país europeu, a chegada da 'troika' a Lisboa para impor as condições do resgate está já a impor uma reavaliação e uma leitura renovada da narrativa de sucesso da transição portuguesa desde 1974, das lógicas da integração europeia e do futuro da zona euro. *Doctor en Relaciones Internacionales. Profesor de Relaciones Internacionales de la Universidad Técnica de Lisboa (UTL)
Depois de recuar durante 30 anos, o problema da subnutrição tem vindo a crescer novamente desde 2008. Ninguém sabe como vão ser alimentadas as nove mil milhões de pessoas no ano 2050. A maior preocupação é a África, onde em muitos dos lugares quase metade da população passa fome. Juntos, a Zâmbia, Moçambique e a Tanzânia têm água e terra suficiente para alimentar todo o continente africano. Mas o que se nos apresenta na realidade é totalmente diferente: os pequenos agricultores não evoluem, 70 a 80 por cento da população vive de uma agricultura de subsistência com garantia de pobreza. Terras aráveis são mal aproveitadas ou nem o são; os resultados das colheitas poderiam ser muitíssimo melhores se fossem explorados os alimentos adequados, se a terra fosse adubada corretamente, se houvesse uma gestão de solos profissional. As queimadas, a produção de carvão e a caça com fogo atacam o Meio Ambiente e o clima. O que leva a estas dificuldades? O que impede os pequenos agricultores de África a terem acesso ao conhecimento agrícola, a inputs agrícolas e mercados adequados? Onde falharam os 50 anos de Ajuda de Cooperação para o Desenvolvimento, em que foram investidos centenas de milhões de euros? Face à crescente bomba social, vários governos apostam agora nos investidores agrícolas estrangeiros para salvarem a agricultura africana. No entanto, muitos destes investidores foram agora apelidados de ladrões de terras sem escrúpulos e muitas das vezes os seus empreendimentos falharam. Será que serviu de lição a outros investidores? Será que os investidores poderão ajudar a mobilizar o enorme potencial agrícola e hídrico da África Austral? Será que os investidores, na função de parceiros, transmitem perspetivas aos pequenos agricultores e ajudam, desta forma, a estabilizar a segurança alimentar e, por último, será que impulsionam ou abrandam o desenvolvimento rural? Thomas Kruchem, nascido em 1954, trabalha como jornalista e escritor, principalmente em questões de desenvolvimento. Em 2012 foi lançado na editora alemã Brandes Apsel Lebensader Orange River e Der große Landraub. O jornalista já recebeu quatro vezes o Prémio dos Média do Desenvolvimento Político do Ministério Alemão da Cooperação Económica e do Desenvolvimento (BMZ). Thomas Kruchem vive com sua família em Mauer, perto de Heidelberg, na Alemanha.
Zugriffsoptionen:
Die folgenden Links führen aus den jeweiligen lokalen Bibliotheken zum Volltext:
A partir de una etnografía de larga duración en los proyectos de asentamiento de un programa estatal en lo que habían sido Ingenios azucareros en el nordeste de Brasil, cuestiono en este artículo la aparente evidencia de « la economía » como marco privilegiado para comprender la situación de vida de los pobres, la que está estructurada por la precariedad y la incertidumbre sobre el futuro. Explorando la semántica del verbo portugués esperar (que condensa las acciones de esperar en el tiempo, de tener esperanza y de esperar algo probable) se analiza la pluralidad de posibles orientaciones frente al futuro de los antiguos trabajadores de la caña de azúcar, hoy beneficiarios de los proyectos de reforma agraria y sus estrategias para mitigar la incertidumbre en situaciones diversas. Mientras que la incertidumbre radical está fuera del control de las personas, éstas si pueden actuar sobre otras formas de incertidumbre relativas. Si bien el dinero es deseable, tiene un carácter transitorio, mientras que el valor de los amigos reside en su potencial de ayudar, especialmente en caso de crisis. En este sentido, la etnografía nos permite ir más allá de una "antropología económica" que propone analizar "otras economías", para explorar más bien los campos de oportunidades y los marcos de referencia que estructuran las situaciones de vida de las personas y las versiones locales de oikonomia, en su significado original de "gobierno de la casa" (gouvernement of houselhold). ; Based on long-term ethnographic research in state-run settlement projects on former sugarcane plantations in Northeast Brazil, this article questions the evidence of "the economy" as a privileged framework for understanding the life situation of the poor, structured by precariousness and uncertainty about the future. Exploring the polysemy of Portuguese esperar (to wait, to hope, and to expect), it analyzes the plurality of orientations to the future among former sugarcane wageworkers included as beneficiaries in land reform projects, and their strategies to mitigate uncertainty in various configurations. If radical uncertainty lies out of reach of human hands, relative uncertainty may be acted on by mobilizing people. While money is desirable, it has a transitory character; and the value of friends lies in their potential to help, especially in case of a crisis. Ethnography thus suggests moving beyond an "economic anthropology" that aims to analyze "other economies" in order to explore the fields of opportunities and frames of reference that structure life situations and the local versions of oikonomia in its original meaning of "government of the household". ; Com base numa etnografia de longo prazo em projetos de assentamento estatais em antigas plantações de cana-de-açúcar no Nordeste do Brasil, este documento questiona a evidência da ideia de "economia" como um marco privilegiado para compreender a situação de vida dos pobres, que é estruturada pela precariedade e incerteza quanto ao futuro. Explorando a polissemia do verbo português "esperar" (aguardar, esperar e contar con), analiso a pluralidade de orientações em relação ao futuro entre os antigos trabalhadores assalariados da cana-de-açúcar incluídos como beneficiários em projetos de reforma agrária e as suas estratégias para mitigar a incerteza através de várias configurações. Se a incerteza radical está fora das mãos do homem, a incerteza relativa pode ser dirimida através da mobilização das pessoas. Embora o dinheiro seja desejável, ele tem um caráter transitório e o valor dos amigos reside no seu potencial de ajuda, especialmente em caso de crise. A etnografia sugere assim que é desejável ir além de uma "antropologia econômica" que visa analisar "outras economias" e se proponha a explorar os campos de oportunidades e quadros de referência que estruturam as situações da vida e as variantes locais da oikonomia no seu significado original de "governo do agregado da família".
A partir de una etnografía de larga duración en los proyectos de asentamiento de un programa estatal en lo que habían sido Ingenios azucareros en el nordeste de Brasil, cuestiono en este artículo la aparente evidencia de « la economía » como marco privilegiado para comprender la situación de vida de los pobres, la que está estructurada por la precariedad y la incertidumbre sobre el futuro. Explorando la semántica del verbo portugués esperar (que condensa las acciones de esperar en el tiempo, de tener esperanza y de esperar algo probable) se analiza la pluralidad de posibles orientaciones frente al futuro de los antiguos trabajadores de la caña de azúcar, hoy beneficiarios de los proyectos de reforma agraria y sus estrategias para mitigar la incertidumbre en situaciones diversas. Mientras que la incertidumbre radical está fuera del control de las personas, éstas si pueden actuar sobre otras formas de incertidumbre relativas. Si bien el dinero es deseable, tiene un carácter transitorio, mientras que el valor de los amigos reside en su potencial de ayudar, especialmente en caso de crisis. En este sentido, la etnografía nos permite ir más allá de una "antropología económica" que propone analizar "otras economías", para explorar más bien los campos de oportunidades y los marcos de referencia que estructuran las situaciones de vida de las personas y las versiones locales de oikonomia, en su significado original de "gobierno de la casa" (gouvernement of houselhold). ; Based on long-term ethnographic research in state-run settlement projects on former sugarcane plantations in Northeast Brazil, this article questions the evidence of "the economy" as a privileged framework for understanding the life situation of the poor, structured by precariousness and uncertainty about the future. Exploring the polysemy of Portuguese esperar (to wait, to hope, and to expect), it analyzes the plurality of orientations to the future among former sugarcane wageworkers included as beneficiaries in land reform projects, and their strategies to mitigate uncertainty in various configurations. If radical uncertainty lies out of reach of human hands, relative uncertainty may be acted on by mobilizing people. While money is desirable, it has a transitory character; and the value of friends lies in their potential to help, especially in case of a crisis. Ethnography thus suggests moving beyond an "economic anthropology" that aims to analyze "other economies" in order to explore the fields of opportunities and frames of reference that structure life situations and the local versions of oikonomia in its original meaning of "government of the household". ; Com base numa etnografia de longo prazo em projetos de assentamento estatais em antigas plantações de cana-de-açúcar no Nordeste do Brasil, este documento questiona a evidência da ideia de "economia" como um marco privilegiado para compreender a situação de vida dos pobres, que é estruturada pela precariedade e incerteza quanto ao futuro. Explorando a polissemia do verbo português "esperar" (aguardar, esperar e contar con), analiso a pluralidade de orientações em relação ao futuro entre os antigos trabalhadores assalariados da cana-de-açúcar incluídos como beneficiários em projetos de reforma agrária e as suas estratégias para mitigar a incerteza através de várias configurações. Se a incerteza radical está fora das mãos do homem, a incerteza relativa pode ser dirimida através da mobilização das pessoas. Embora o dinheiro seja desejável, ele tem um caráter transitório e o valor dos amigos reside no seu potencial de ajuda, especialmente em caso de crise. A etnografia sugere assim que é desejável ir além de uma "antropologia econômica" que visa analisar "outras economias" e se proponha a explorar os campos de oportunidades e quadros de referência que estruturam as situações da vida e as variantes locais da oikonomia no seu significado original de "governo do agregado da família".
Este trabajo aborda el debate sobre la participación internacional de los Gobiernos No Centrales (GNC). Se analizan los procesos de internacionalización que han desarrollado los gobiernos de las tres principales ciudades de Colombia: Bogotá D.C., Cali y Medellín (2001-2012). Metodológicamente se trabaja sobre dos variables: agenda política e institucionalización de la internacionalización. Entre los principales hallazgos puede mencionarse que la participación internacional ha entrado en la agenda de estos gobiernos a través dos campos: la competitividad económica territorial, y la cooperación internacional descentralizada. Los gobiernos de estas ciudades han venido consolidando estrategias de política encaminadas a aprovechar el escenario internacional, con el fin de conseguir recursos financieros que permitan desarrollar sus programas; inversión extranjera y créditos para proyectos productivos y de infraestructura, y créditos y desembolsos de ayuda concesionales que son utilizados para financiar proyectos de inversión social. En términos institucionales, Cali no cuenta con ninguna institución especifica que se encargue de coordinar el proceso de internacionalización; Medellín se destaca por el protagonismo de la Agencia de Cooperación e Inversión de Medellín y el Área Metropolitana (ACI); y Bogotá ha implementado la Dirección Distrital de Relaciones Internacionales (DDRI). ; This paper addresses the debate on the international involvement of Non-Central Governments (NCG). We analyze the process of internationalization developed by governments of the three main cities of Colombia: Bogota, Cali and Medellin between 2001 and 2012. Methodologically we consider two variables: the political agenda and the institutionalization of internationalization. Among the major findings, we conclude that international involvement has entered the agenda of these governments through two areas: (a) the territorial economic competitiveness, and (b) decentralized international cooperation. The governments of the three cities have consolidated policies and strategies aimed at leveraging the international arena for financial resources to develop its programs and projects, i.e., foreign investment and loans for productive and infrastructure projects, and the disbursement of concessional loans and aid that are used to finance social investment projects. In terms of the institutional dimension, Cali does not have any institution responsible to coordinate the process of internationalization; Medellin is known for the important role of the Agencia de Cooperación e Inversión de Medellín y el Área Metropolitana (ACI); and Bogota has inaugurated the Dirección Distrital de Relaciones Internacionales (DDRI). ; Este trabalho aborda o debate sobre a participação internacional dos Governos Não Centrais (GNC). Analisam-se os processos de internacionalização que têm desenvolvido os governos das três principais cidades da Colômbia: Bogotá D.C., Cali e Medellín (2001-2012). Metodologicamente se trabalha sobre duas variáveis: agenda política e institucionalização da internacionalização. Entre as principais descobertas pode mencionar-se que a participação internacional tem entrado na agenda destes governos através de dois campos: a competitividade económica territorial e a cooperação internacional descentralizada. Os governos destas cidades têm vindo consolidando estratégias de política encaminhadas a aproveitar o cenário internacional, com o fim de conseguir recursos financeiros que permitam desenvolver seus programas; inversão estrangeira e créditos para projetos produtivos e de infraestrutura, e créditos e desembolsos de ajuda concessionais que são utilizados para financiar projetos de investimento social. Em termos institucionais, Cali não conta com nenhuma instituição específica que se encarregue de coordenar o processo de internacionalização; Medellín destaca-se pelo protagonismo da Agência de Cooperação e Investimento de Medellín e a Área Metropolitana (ACI); e Bogotá tem implementado a Direção Distrital de Relações Internacionais (DDRI).
Este trabajo aborda el debate sobre la participación internacional de los Gobiernos No Centrales (GNC). Se analizan los procesos de internacionalización que han desarrollado los gobiernos de las tres principales ciudades de Colombia: Bogotá D.C., Cali y Medellín (2001-2012). Metodológicamente se trabaja sobre dos variables: agenda política e institucionalización de la internacionalización. Entre los principales hallazgos puede mencionarse que la participación internacional ha entrado en la agenda de estos gobiernos a través dos campos: la competitividad económica territorial, y la cooperación internacional descentralizada. Los gobiernos de estas ciudades han venido consolidando estrategias de política encaminadas a aprovechar el escenario internacional, con el fin de conseguir recursos financieros que permitan desarrollar sus programas; inversión extranjera y créditos para proyectos productivos y de infraestructura, y créditos y desembolsos de ayuda concesionales que son utilizados para financiar proyectos de inversión social. En términos institucionales, Cali no cuenta con ninguna institución especifica que se encargue de coordinar el proceso de internacionalización; Medellín se destaca por el protagonismo de la Agencia de Cooperación e Inversión de Medellín y el Área Metropolitana (ACI); y Bogotá ha implementado la Dirección Distrital de Relaciones Internacionales (DDRI). ; Este trabalho aborda o debate sobre a participação internacional dos Governos Não Centrais (GNC). Analisam-se os processos de internacionalização que têm desenvolvido os governos das três principais cidades da Colômbia: Bogotá D.C., Cali e Medellín (2001-2012). Metodologicamente se trabalha sobre duas variáveis: agenda política e institucionalização da internacionalização. Entre as principais descobertas pode mencionar-se que a participação internacional tem entrado na agenda destes governos através de dois campos: a competitividade económica territorial e a cooperação internacional descentralizada. Os governos destas cidades têm vindo consolidando estratégias de política encaminhadas a aproveitar o cenário internacional, com o fim de conseguir recursos financeiros que permitam desenvolver seus programas; inversão estrangeira e créditos para projetos produtivos e de infraestrutura, e créditos e desembolsos de ajuda concessionais que são utilizados para financiar projetos de investimento social. Em termos institucionais, Cali não conta com nenhuma instituição específica que se encarregue de coordenar o processo de internacionalização; Medellín destaca-se pelo protagonismo da Agência de Cooperação e Investimento de Medellín e a Área Metropolitana (ACI); e Bogotá tem implementado a Direção Distrital de Relações Internacionais (DDRI). ; This paper addresses the debate on the international involvement of Non-Central Governments (NCG). We analyze the process of internationalization developed by governments of the three main cities of Colombia: Bogota, Cali and Medellin between 2001 and 2012. Methodologically we consider two variables: the political agenda and the institutionalization of internationalization. Among the major findings, we conclude that international involvement has entered the agenda of these governments through two areas: (a) the territorial economic competitiveness, and (b) decentralized international cooperation. The governments of the three cities have consolidated policies and strategies aimed at leveraging the international arena for financial resources to develop its programs and projects, i.e., foreign investment and loans for productive and infrastructure projects, and the disbursement of concessional loans and aid that are used to finance social investment projects. In terms of the institutional dimension, Cali does not have any institution responsible to coordinate the process of internationalization; Medellin is known for the important role of the Agencia de Cooperación e Inversión de Medellín y el Área Metropolitana (ACI); and Bogota has inaugurated the Dirección Distrital de Relaciones Internacionales (DDRI).
The Post economic crisis in Denmark and the stabilization hereafter, the labor force is on rising demand for specialized and qualified talent in certain industries, such as the consulting industry and extended sub-branches. The political situation in Denmark as of now is specifically highlighting the issues that the economy is facing regarding the lack of availability and qualified workforce to keep a competitive landscape, on both the domestic and international scale. The consulting industry is growing at a fast pace as disruptive times are in effect and the demand for acquiring the right talent and retaining it, is a constant issue for the industry as a whole. This business concept plan is an innovative way to respond to the gap that the Danish labor force is currently experiencing. This start-up will be aiming to create value for candidates and companies that are exclusive to the industry. The project is structured as an online platform, which is to be a solution for those candidates and companies in "pain", to offer a transparent service that brings value to all targets involved, through a broader and focused perspective, promotion and exposure. This concept is a new take on conservative strategies constraining the industry to gain the full potential of candidates and minimize the costs and risks affiliated with recruitment. ; Após a crise económica e findo o período de estabilização que se seguiu, surgiu, no mercado de trabalho Dinamarquês, uma necessidade crescente de talento qualificado e especializado em certas indústrias, tais como a indústria da Consultadoria e ramos associados. A situação política na Dinamarca é hoje em dia, um reflexo das dificuldades que a economia Dinamarquesa enfrenta, face à escassez de mão-de-obra qualificada, capaz de manter a competitividade tanto a nível doméstico como internacional. A indústria da Consultadoria cresce a um ritmo acelerado, envolta num ambiente de disrupção, tendo como um dos seus principais desafios a atracção e retenção de profissionais com as qualificações certas. O conceito de modelo de negócio em análise é um forma inovadora de dar resposta aos desafios que o mercado de trabalho Dinamarquês enfrenta. A start-up apresentada tem como objetivo a criação de valor para candidatos e empresas, exclusivo para indústria em estudo. O projeto está estruturado como uma plataforma online, que pretende solucionar os problemas de empresas e candidatos do setor, através de um serviço transparente que acrescenta valor para todos os visados, através de uma perspectiva, comunicação e exposição alargadas. Pretende-se que este conceito seja uma alternativa aos modelos e estratégias vigentes, capaz de extrair o máximo potencial de cada candidato, enquanto ajuda as empresas a reduzir os custos e riscos associados ao recrutamento.
INTRODUÇÃO Esta dissertação tem por objecto de estudo os efeitos dos programas de política económica e social de estabilização e de ajustamento estrutural2 no bemestar das famílias urbanas da capital de um país africano, a cidade de Bissau, na República da Guiné-Bissau, no período de 1986 a 2001. O contexto mais geral em que a investigação se insere, respeita à evolução política, económica e social do país após a independência, em 1974. A antiga Guiné Portuguesa procurou organizar a sua economia a partir de uma governação centralizada, com intervenção significativa de instituições estatais da administração central3, nacionalização de empresas existentes ou criação de outras com o mesmo estatuto. A dinamização do processo de desenvolvimento coube ao Partido para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que dirigira a luta de libertação contra o colonialismo e se tornou o partido único e o agente principal de toda a vida colectiva, social e económica do país. Os instrumentos privilegiados foram os Planos de Desenvolvimento, apoiados em investimentos de grande dimensão e na ajuda internacional de origem em países de diferentes ideologias políticas. O enquadramento político expressou-se na organização do partido único, com uma governação que se impunha ao Governo e à Assembleia Nacional Popular, com mobilização política da população para a produção, incentivo a formas cooperativas de organização empresarial no campo e na cidade, repressão à oposição e à actividade de comerciantes e empresários privados. Os resultados negativos quanto ao objectivo traçado pelo partido e governo, de conseguir um melhor nível de bem-estar para a população, estão entre as origens de um golpe de Estado ( 14 de Novembro de 1980) liderado por uma parte dos militantes do PAIGC, sobretudo de origem guineense. O novo poder enveredou por um caminho de liberalização gradual da economia, mas também não conseguiu, até 1986, cumprir os objectivos de desenvolvimento a que se propunha. ; This research tried to clarify the effects on the households welfare of the governance on economics and social politics, specially stabilization and structural adjustment programs. Th space is one African town in Guinea-Bissau, its capital, between 1986 and 2001. Two models of knowledge as been used: - The first based on theories built by authors mainly from universities without a strong practical concern. - The second based on the urgency found when situations require answers from internationals structures public or non profit. The methodology used begins with the asset that the well been in an African society must be analyzed giving a significant weight to its different components and that this cannot be accomplished with one single area of knowledge. Authors from economics, social psychology, sociology, anthropology and politics are fundamental to understand the importance of governance on the well been of households. We conclude that the stabilization and structural adjustment programs are the cause of a clear loss of independence in this African country. To establish the relationship between the households strategies and the governance we define a typology of politics on African countries and another to the different middle time households strategies. The main nationals politics actors as the government, the parliament, the president the Courts of Justice end the international as the IMF, WB, both has a share in the process of change the country to a dependent territory in temrs of the capacity of define and conduct an economics and social policy. The households has different success strategies in economics activities specially with agriculture, non specialized work and private sector; those who preferred the commerce has dubious results; those that preferred the public administration or the public sector has the less success. We verified that governance make a direct link between the households well being and the external conditions of definition of economics and social politics. The conclusions about the households capacity of controlling the effects on the appropriation of resources of those politics based only on the consumption expenses, show us that is not enough to consider only this variable to analyze the evolution of well being. The general conclusion is that even if Guinea-Bissau has a ensemble of social groups composed with about 32 racial groups with a very rich cultural and historical life, with a victorious fight for independence, with a large support from rural population to built a country based on resources enough to feed his population without military conflicts destroying people and structures, and an evolution from a only one party to a democratic political system, the country has much difficulty to give to his citizens the level of well being they want.
El artículo analiza las estrategias que pone en marcha un grupo de ecuatorianos y ecuatorianas a su regreso al Ecuador tras una década en España. Se trata del grupo de perceptores del Fondo Cucayo del Estado ecuatoriano, una política pública dirigida a la inserción sociolaboral a través del emprendimiento gestionada por la Secretaría Nacional del Migrante (SENAMI) entre 2008 y 2012. Se da cuenta de la manera en que dicha política ha de entenderse en un contexto de cambios puntuado por la crisis económica en España y las reformas políticas, económicas y sociales en Ecuador. A partir de un estudio cualitativo con entrevistas a miembros de distintas familias en Ecuador y España, se discute, desde una perspectiva de género y generación, la centralidad del emprendimiento en la puesta en marcha de estrategias por parte de los retornados. Se argumenta que los pequeños negocios abiertos por estos no son el determinante en los procesos de retorno. La estrategia de emprender un negocio, con o sin ayuda, se valora y se articula con otros aspectos de la vida diaria individual y familiar, entre los que destacan los afectivos, la organización social del cuidado, la formación de hijos e hijas e incluso otros proyectos de carácter laboral. Dicha articulación ha de ser analizada desde una perspectiva que contemple las dinámicas de clase, género y edad en los procesos migratorios, así como el modo en que estas se despliegan según la composición de la familia. ; L'article analitza les estratègies que engega un grup d'equatorians i equatorianes quan retornen a l'Equador després d'una dècada a Espanya. Es tracta del grup de perceptors del fons Cucayo de l'Estat equatorià, una política pública dirigida a la inserció sociolaboral a través de l'emprenedoria gestionada per la Secretaria Nacional del Migrant (Senami) entre 2008 i 2012. S'hi explica la manera en què aquesta política s'ha d'entendre en un context de canvis puntuat per la crisi econòmica a Espanya i les reformes polítiques, econòmiques i socials a l'Equador. A partir d'un estudi qualitatiu amb entrevistes a membres de diferents famílies a l'Equador i a Espanya, es discuteix, des d'una perspectiva de gènere i generació, la centralitat de l'emprenedoria en la posada en marxa d'estratègies per part dels retornats. S'argumenta que els petits negocis oberts per aquests no són determinants en els processos de tornada. L'estratègia d'emprendre un negoci, amb o sense ajuda, es valora i s'articula amb altres aspectes de la vida diària individual i familiar, entre els quals destaquen els afectius, l'organització social de la cura, la formació de fills i filles i fins i tot altres projectes de caràcter laboral. Aquesta articulació s'ha d'analitzar des d'una perspectiva que tingui en compte les dinàmiques de classe, gènere i edat en els processos migratoris, així com també la manera en què aquestes es despleguen segons la composició de la família. ; This paper analyzes the strategies carried out by a group of men and women upon their return to Ecuador after a migratory period of over a decade in Spain. These returning migrants are beneficiaries of the Cucayo subsidy provided by the Ecuadorian state in order to facilitate their self-employment. This public policy, managed by the National Secretary of Migration between 2008 and 2012, must be understood in the context of economic crisis in Spain and political, economic and social institutional reforms in Ecuador. A qualitative study based on interviews with members from families in both countries, analyzed from gender and generational perspectives, puts into question the central role of entrepreneurship in return processes. The promoted strategy of starting a business can only be understood when considered in conjunction with other individual and family aspects of migrants' experiences. These include affective ties, the organization of care, daughters and sons' education and other employment opportunities. The dynamic articulation of these elements in migration processes must take into account class, gender and age differences, as well as the composition of the family unit.
It has long been taught that democratic strength is the best remedy to gain economic development. In that sense, the broader the social freedoms, the greater the opportunities for the growth of a nation. However, with the rapid development of the Asian tigers, where democracy might not be the common denominator, this vision of development turned not only toward democratic strength but to the structure of institutions as well. Although democracy could remain as the main ingredient to achieve this longed-for and westernized economic development (Lipset, 1959a, 1959b), it is not necessarily the only variable to determine such progress; rather, is the type of institution what becomes essential in establishing incentives and creating better conditions to achieve a political and economic "take-off" of this kind. Hence, democracy, in the long term, would allow opening the way to development, although not without ignoring the importance of history in each country, which in the end determines singularities for the development of nations. ; Por mucho tiempo se ha enseñado en las aulas de clase que el mejor remedio para el desarrollo económico es la fortaleza democrática. En ese sentido, entre mayores libertades sociales mayor sería la oportunidad en el crecimiento de una nación. No obstante, con el rápido desarrollo de los tigres asiáticos, donde la democracia no es el común denominador, la visión del desarrollo se volcó, no necesariamente a la fortaleza democrática sino también a la estructura de las instituciones. Aunque la democracia podría seguir siendo el ingrediente principal para lograr ese anhelado y occidentalizado desarrollo económico (Lipset, 1959a,b), no necesariamente es la única variable por considerar para determinar tal avance; más bien, el tipo de instituciones ayudan a establecer incentivos y crear mejores condiciones para alcanzar ese "despegue" en lo político y lo económico. De ahí que, la democracia, en el largo plazo, permitiría abrir el paso al desarrollo, no sin desconocer la importancia de la historia en cada país, lo que al final determina las propias singularidades de su desarrollo. ; Por muitos anos foi ensinado nas aulas de clase que o melhor remedio para o desenvolvimento econômico é a fortaleza democrática. Nesse sentido, quanto maiores são as liberdades sociais, maiores são as oportunidades de crescimento de uma nação. No entanto, com o rápido desenvolvimento dos tigres asiáticos, onde a democracia não seria o denominador comum, a visão de desenvolvimento voltou-se não necessariamente para a fortaleza democrática, mas também para a estrutura das instituções. Embora a democracia pudesse continuar sendo o ingrediente principal para alcançar o almejado e ocidentalizado desenvolvimento econômico (Lipset, 1959a/b), não é necessariamente a única variável a ser considerada para determinar esse progresso; pelo contrário, o tipo de instituções ajuda a estabelecer incentivos e criar melhores condições para atingir essa "decolagem" política e econômica. Deste modo, a democracia, ao longo prazo, permitiria abrir caminho ao desenvolvimento, não sem desconhecer a importância da história em cada país, o que no final acaba determinando as próprias singularidades no seu desenvolvimento.