Jovens indígenas e o ensino superior em Mato Grosso do Sul: desafios e perspectivas na busca por autonomia e respeito à diversidade
In: Tellus, S. 79-97
Abstract
O texto trata do ensino superior como novo elemento na luta por autonomia e construção de políticas de sustentabilidade dos povos indígenas de Mato Grosso do Sul. A academia passa a ser entendida por esses jovens e suas respectivas comunidades, como espaço privilegiado de diálogo e negociação entre lógicas e formas distintas de entender o ser humano e suas relações com a natureza. Por ser o território aquele que proporciona as condições necessárias a sua reprodução social, podemos entender que sustentabilidade diz respeito à dinâmica interna de trocas, em um sistema social específico, com seus padrões de qualidade de vida, incluindo conhecimentos e experiências específicas, atualizadas em um contexto de rápidas mudanças. É nesse contexto, de rápidas mudanças,inéditos desafios e complexos processos de negociação, que está inserida a universidade, percebida como espaço privilegiado de diálogos, trocas e bricolagens, favorecendo traduções e hibridismos na perspectiva intercultural e que pode fortalecer seus processos de autonomia. Esse espaço de fronteira tem possibilitado o surgimento de elementos epistemológicos, até então subalternos, promovendo reflexões teórico-metodológicas que muito têm contribuído para o desenvolvimento de novas práticas pedagógicas e estratégias de sustentabilidade, muitas vezes limitadas, porém que tentam ser coerentes com as perspectivas de futuro de cada grupo social. A base empírica deste trabalho é a experiência com acadêmicos(as) indígenas em quatro IES que desenvolvem atividades específicas com este seguimento: UFGD (Licenciatura Indígena), UFMS, UEMS e UCDB, todas ligadas ao Programa Rede de Saberes.
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