O presente trabalho se enquadra no Programa CAD (Contaminantes, Assoreamento e Dragagem) no Estuário de Paranaguá/PR, tendo por objetivo a utilização do SIG (Sistema de Informações Geográficas) para a delimitação das Áreas de Preservação Permanente (APP's), na bacia hidrográfica do Rio Sagrado (Morretes/PR). Como etapa preliminar efetuou-se o estudo da legislação brasileira vigente (Código Florestal e resoluções CONAMA) no que se refere à delimitação das APP's. Em seguida, por meio do software ArcGIS 9.2, foram delimitadas as seguintes categorias de APP: 1) nascentes, 2) mata ciliar, 3) entorno de reservatórios, 4) topo de morros, 5) topo de montanhas, 6) linhas de cumeada, 7) encostas acima de 45 graus de declividade e 8) mangues. A utilização do SIG mostrou-se uma eficiente ferramenta para delimitação das Áreas de Preservação Permanente, a partir dos resultados verificou-se a existência de dois grupos de APP's: o primeiro representado pelo conjunto das categorias 1, 2, 3 e 8 com 51,9% do total mapeado e um segundo representado pelo conjunto das categorias 4, 5, 6 e 7, com 48,1% do total das APP's da bacia. A APP de Mata Ciliar possui a maior representatividade com 28,9km² tendo como principal funcionalidade ambiental a preservação dos recursos hídricos.
A geomorfologia utiliza a identificação das formas de relevo, por meio de estudo de sua origem, estrutura, natureza das rochas, clima e dos fatores endógenos e exógenos responsáveis pelo modelado ou formação de determinados elementos da superfície terrestre. Neste sentido, estabeleceu-se uma proposta de compartimentação geomorfológica da bacia hidrográfica do Rio Itu. Como base metodológica do trabalho, utilizou-se a proposta de Ross (1990, 1992), os mapas e as discussões apresentadas por Robaina et. al (2010) no estudo da bacia hidrográfica do Rio Ibicui. No levantamento cartográfico, adotaram-se cartas topográficas 1:50.000, imagens de satélite e trabalhos de campo. Foram determinados os atributos da rede de drenagem, as características do relevo, o substrato geológico e os tipos de solos. A integração dos dados e a compilação dos mapas permitiram a definição dos diferentes níveis taxonômicos. Nos três primeiros níveis de compartimentação, utilizou-se, como base, a bacia hidrográfica do Rio Ibicuí. A partir do quarto nível taxonômico, estabeleceram-se as unidades geomorfológicas especificamente para a bacia hidrográfica do Rio Itu (BHRI), onde foram definidas oito unidades de formas de relevo: Colinas de arenito, Morrotes de arenito, Cornijas de arenito, Rampa alúvio colúvio, Colinas vulcânicas de topo plano, Relevo escarpado, Morrotes de rocha vulcânica e Colinas de rocha vulcânica. No quinto e sexto níveis, são apresentadas as formas das vertentes e as feições características das unidades de relevo, sendo mais frequentes as curvaturas retilíneo-convergentes e as feições de areiais e voçorocas. A análise geomorfológica apresenta elementos fundamentais ao gerenciamento do meio e, portanto, é uma ferramenta indispensável ao planejamento ambiental.