COMÉRCIO INTERESTADUAL SOB O PRISMA DO MODELO GRAVITACIONAL: O EFEITO FRONTEIRA PARA O BRASIL E SUAS REGIÕES ENTRE OS ANOS DE 1999 E 2008
In: Estudo & Debate: planejamento e gestão, Band 27, Heft 3
ISSN: 1983-036X
O trabalho objetiva mensurar, nos anos de 1999 e 2008, o viés doméstico dos fluxos de comércio em escala nacional (efeito fronteira internacional) e entre as unidades da federação (efeito fronteira intranacional) e avança em relação à literatura ao analisar um novo período, 2008. Esses efeitos foram estimados, utilizando-se dados de corte transversal, em um modelo gravitacional com os 26 estados brasileiros, mais o Distrito Federal e 39 países. Os resultados encontrados indicam que o comércio entre os estados brasileiros, em 2008, era 79,92 vezes maior que o comércio com o exterior, surpreendentemente elevado quando comparado ao observado em 1999, 36,45 vezes maior. A partir das estimativas para os efeitos fronteira regionais não se pode inferir que pertencer a determinada região configura motivo para existência de um comércio mais vigoroso com outros estados a ela pertencentes, portanto as fronteiras estaduais pouco impactariam o padrão de comércio interestadual. Os resultados se mostram consistentes com a estrutura do comércio nacional atrelado principalmente ao mercado doméstico. Os díspares efeitos fronteiras entre as regiões repercutem o padrão diversificado do comércio internacional das várias regiões do país, em particular, o das regiões Sul e Sudeste.